A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu nesta sexta-feira (26) nota técnica recomendando a restrição de voos e da entrada no país de viajantes vindos de países da África. A medida se dá após a identificação de uma nova variante do coronavírus, por enquanto chamada de B.1.1.529.
A recomendação é para a adoção de medidas restritivas temporárias em relação aos voos e viajantes procedentes da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.
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As medidas, porém, dependem de portaria interministerial editada conjuntamente pela Casa Civil, pelo Ministério da Saúde, pelo Ministério da Infraestrutura e pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Resistência a anticorpos
Cientistas africanos detectaram uma nova variante do coronavirus na Africa do Sul que contem mais de 30 mutações na proteína spike, a parte do vírus que se liga às células do corpo, de acordo com o cientista sul-africano Tulio de Oliveira em uma coletiva de imprensa organizada pelo Departamento de Saúde da África do Sul nesta quitna-feira (25).
A variante B.1.1.529 contém múltiplas mutações associadas ao aumento da resistência a anticorpos, o que pode reduzir a eficácia das vacinas, junto com mutações que geralmente a tornam mais contagiosa, de acordo com slides que ele apresentou no briefing. Outras mutações na nova variante não foram vistas até agora. Os cientistas ainda não sabem se elas são significativas ou irão mudar o comportamento do vírus, de acordo com a apresentação.
PublicidadeBaixa vacinação
De acordo com dados do OurWorldinData, apenas 23,5% da população da África do Sul está completamente vacinada com as duas doses do imunizante contra o novo coronavírus. Apenas 4,57% receberam a primeira dose da vacina.
Dos profissionais de saúde na África, apenas 27% foram totalmente vacinados contra COVID-19, deixando a maior parte da força de trabalho desprotegida na linha de frente contra a pandemia, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Remédio contra a covid
Também nesta sexta, a agência recebeu pedido de uso emergencial de remédio contra a covid-19, o Molnupiravir. A solicitação foi feita pela farmacêutica Merck Sharp & Dohme (MSD). O antiviral, de uso oral, pode, segundo a empresa, reduzir casos de hospitalização e morte, quando administrado no início da infecção.
As primeiras 24 horas de análise serão utilizadas para fazer uma triagem do processo e verificar se os documentos necessários estão disponíveis. Se houver informação importante faltando, a Anvisa pode solicitar ao laboratório. A agência tem 30 dias para analisar o pedido.
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