Dia desses, meio que ao acaso, decidi buscar em meus arquivos notícias de jornais estrangeiros sobre o jogo – sim, este mesmo jogo cuja legalização busca-se aqui no Brasil.
Comecei pela Albânia: “Proibidas casas de apostas em 2019, na luta contra o crime organizado. Para o Primeiro-Ministro, o objetivo da nova lei é impedir que o crime organizado obtenha lucros através desta indústria, que também é utilizada para a lavagem de dinheiro”.
Minha escala seguinte foi no Japão: “Para que os cassinos japoneses funcionem, mantenham a Yakuza (crime organizado) à distância, regulem o vício no jogo e lidem com o problema do álcool”.
Dali fui à China: “A Polícia Judiciária revelou ontem um relatório sobre criminalidade segundo o qual os crimes ocorridos dentro dos cassinos aumentaram 19,2% em 2016, com destaque para os casos de sequestros resultantes de agiotagem para jogo”.
Passei pela Austrália: “As comunidades pobres de Melbourne ainda estão sofrendo com o problema do jogo, de acordo com um novo relatório contradizendo declarações governamentais de que a batalha contra o vício está sendo vencida”.
Percorri o Reino Unido: “A extensão do vício dos ingleses nas máquinas de jogo foi revelada hoje com a divulgação do faturamento de dois empresários do setor, que alcançaram £ 12 bilhões no primeiro semestre do ano”. Detalhe: este dinheiro veio dos 25% mais pobres do país.
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Não me esqueci do Panamá: “A indústria dos jogos de azar – especialmente os cassinos – historicamente está associada ao crime organizado, à violência e à corrupção. No caso do Panamá, no século XXI esta percepção está sendo confirmada”.
Meu olhar seguinte foi sobre Portugal: “Mais viciados pedem para ficar fora dos cassinos. Só no ano passado 533 frequentadores de cassinos tomaram a iniciativa de travar a sua própria entrada em salas de jogo, recorrendo à requisição prevista na lei”.
Cheguei ao Quênia: “Os quenianos parecem estar acordando para a realidade do quão sério o jogo patológico tornou-se em nossa sociedade. Algumas companhias de apostas, após alguns poucos anos de operação, chegaram a adquirir bancos e empresas de telecomunicações com os lucros”.
Poderia escrever, afinal, um livro só com o que coletei ao longo de alguns anos – mas paro aqui por falta de espaço. Que tal meditarmos sobre isso?
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