Antes de viajar a Moscou, o presidente Jair Bolsonaro foi aconselhado pelos diplomatas a ser o mais discreto possível com relação ao litígio entre a Rússia e a Ucrânia. Antes de Bolsonaro embarcar, os dois países estavam na iminência de iniciar uma guerra, situação que arrefeceu com o anúncio do início da retirada das tropas russas que fazem exercícios militares próximos à fronteira com a Ucrânia.
Mas, no encontro com Putin ocorrido há pouco, nas suas poucas palavras, Bolsonaro incluiu uma que pode ter interpretações diplomáticas delicadas. Ele se declarou “solidário” à Rússia. A própria ida de Bolsonaro ao país neste momento já vinha sendo vista com reservas, e havia alertas de que poderia, por exemplo, atrapalhar as negociações que o Brasil faz para se aproximar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Bolsonaro aceitou submeter-se às exigências sanitárias do governo russo com relação à covid-19. Então, antes do encontro, ele e sua comitiva foram submetidos a testes para verificar se havia contaminação. Recentemente, o presidente da França, Emmanuel Macron, recusou-se a se submeter aos mesmos testes e, por essa razão, ficou sentado em uma ponta de uma imensa mesa enquanto Putin falava com ele da outra ponta. Por causa do teste, Bolsonaro pode sentar-se próximo a Putin agora. Os dois estavam em cadeiras separadas somente por uma pequena mesa com um arranjo de flores.
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“Estou muito feliz e honrado com o convite. Somos solidários à Rússia”, disse Bolsonaro, acrescentando que os dois países “têm muito a colaborar” um com o outro em áreas como defesa, petróleo e gás e agricultura.
Putin, por sua vez, disse que os dois países estavam retomando suas relações bilaterais interrompidas pela pandemia de covid-19. E que o Brasil é o principal parceiro comercial da Rússia na América Latina. Mais tarde, depois que almoçarem juntos, Bolsonaro e Putin farão uma declaração à imprensa.
PublicidadeMinistro e bolsonaristas espalham fake news que atribui a Bolsonaro recuo de Putin
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