O Brasil votou a favor da resolução do Conselho de Segurança da ONU contra a Rússia. Mas a decisão, apoiada pela maioria dos integrantes, foi barrada pela própria Rússia, que preside atualmente o colegiado. Foram 11 votos a favor da resolução, três abstenções e o voto contra dos russos.
O documento responsabilizava a Rússia pela guerra, condenava a agressão à Ucrânia e defendia a soberania dos ucranianos. Também cobrava dos russos a retirada imediata das tropas no país vizinho.
A posição do embaixador brasileiro na ONU, Ronaldo Costa, destoou da postura do presidente Jair Bolsonaro, que prestou solidariedade ao presidente Vladimir Putin, na semana passada, em Moscou, e desautorizou o vice-presidente Hamilton Mourão, que havia condenado os ataques russos sobre a Ucrânia.
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O embaixador brasileiro criticou a postura do Kremlin e defendeu a busca de um acordo de paz. “As preocupações de segurança manifestadas pela Federação Russa nos últimos anos, particularmente em relação ao equilíbrio estratégico na Europa, não dão à Rússia o direito de ameaçar a integridade territorial e a soberania de outro Estado”, afirmou Ronaldo.
“Acreditamos que o Conselho de Segurança tem que apresentar uma resolução com soluções diplomáticas e chegar a um acordo para todos. Mas nosso principal objetivo hoje é interromper imediatamente a hostilidade e reagir ao uso da força. Uma linha foi ultrapassada e esse Conselho não deve ficar em silêncio. Mantemos nossa firme convicção que a ação militar não vai levar a um acordo final”, acrescentou o diplomata brasileiro.
A Casa Branca já havia criticado publicamente a postura do governo Bolsonaro em relação à Rússia. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, telefonou para o chanceler brasileiro, Carlos França, para pedir apoio do Brasil à resolução. Embaixadores europeus sediados em Brasília também pressionaram nesta sexta-feira o Itamaraty.
Além do Brasil, votaram a favor da resolução Albânia, Estados Unidos, França, Gabão, Gana, Irlanda, México, Noruega, Quênia e Reino Unido. Abstiveram-se China, Emirados Árabes e Índia. A Rússia foi o único voto contrário, o que impediu a aprovação do documento.
O Conselho de Segurança da ONU é composto por 15 membros: cinco permanentes e dez não-permanentes, que são eleitos para mandatos de dois anos pela Assembleia Geral.
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