O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de um inquérito contra o senador e ex-juiz federal Sergio Moro (União-PR), para investigar supostas fraudes na delação premiada do ex-deputado estadual Tony Garcia. Por meio de uma nota, o parlamentar negou a existência de qualquer irregularidade no processo.
O pedido para abertura do inquérito partiu da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República (PGR). Os órgãos buscam apurar indícios de que Moro, na condição de juiz, teria chantageado Garcia para que ele aceitasse espionar outros juízes, incluindo ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), como parte de um acordo no processo que investigava supostos esquemas de corrupção no extinto Consórcio Garibaldi em 2004. Desde 2023, o ex-deputado busca reparação contra Moro na Justiça.
De acordo com a PGR, Moro teria transformado Garcia “por longo tempo” em um “instrumento de constrangimento ilegal”. A permissão para que o caso fosse investigado foi proferida no final de 2023, e tornada pública nesta segunda-feira pelo G1, que conseguiu acesso aos autos. No último mês de setembro, um relatório da Polícia Federal vazado pela Globo News revelou uma longa conversa telefônica entre os dois, realizada em 2005, na qual Moro se queixava de Garcia supostamente por não conseguir gravações das pessoas desejadas.
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De acordo com a assessoria de comunicação de Sergio Moro, sua defesa jurídica não conseguiu acesso aos autos, e o processo contra Tony Garcia foi conduzido sem irregularidades. O senador também nega “os fatos afirmados no fantasioso relato do criminoso Tony Garcia, a começar por sua afirmação de que “não cometeu crimes no Consórcio Garibaldi”.
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