Trechos de um relatório de inteligência da Polícia Federal (PF) vazado pela Globo News revelam que houve contato direto entre o senador e ex-juiz Sergio Moro (União-PR) e o empresário e ex-deputado estadual Tony Garcia quando este era réu na 13ª Vara de Curitiba. O documento fortalece a causa de Garcia no Supremo Tribunal Federal, onde acusa seu antigo julgador de ter atuado com parcialidade.
O relatório revela que, em abril de 2005, Moro e Garcia conversaram entre si por uma hora ao telefone. O réu, que cumpria um acordo de cooperação com a justiça nos processos decorrentes de uma fraude no extinto extinto Consórcio Nacional Garibaldi, havia relatado ao juiz sobre de quais pessoas ele conseguiu gravações de conversas por meio de escutas. Moro respondeu que isso não o livraria de pena.
O ex-juiz também se queixou sobre o trabalho realizado pela PF ao longo das investigações, alegando que o delegado encarregado estaria, segundo a transcrição da conversa, “indiciando bagrinhos e deixando os principais (Sérgio Rodrigues e Celso de Miami) de fora, querendo restringir o assunto (empurrando a sujeira para debaixo do tapete)”.
Além de acusar Sergio Moro de ter julgado o caso envolvendo o Consórcio Garibaldi com parcialidade, Tony Garcia afirma ter sido usado para espionar desembargadores e ministros do Superior Tribunal de Justiça. O senador havia se manifestado antes do último vazamento a respeito, afirmando que “Tony Garcia é um criminoso que foi condenado, com trânsito em julgado, por fraude e apropriação indébita.
Em 2004, fez acordo de colaboração que envolveu a devolução de valores roubados do Consórcio Garibaldi e a utilização de escutas ambientais autorizadas judicialmente e com acompanhamento da Polícia Federal e do MPF. Essas diligências foram realizadas por volta de 2004 e 2005, e todas foram documentadas”.
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