O compositor e músico britânico Roger Waters se envolveu em mais uma polêmica no Brasil. Dessa vez, o ex-integrante da banda Pink Floyd é alvo de uma movimentação do ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux, que pediu colaboração do ministro da Justiça, Flávio Dino, para impedir que o músico se apresente no Brasil caso use um figurino que faz alusão ao nazismo em sua turnê de despedida, chamada “This is not a drill”.
Waters vem ao Brasil em outubro para apresentações em estádios no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Porto Alegre, Curitiba e Belo Horizonte, agenda que o artista cumpre de tempos em tempos em solo nacional. Entretanto, Lux interpelou Dino para vigiar o artista em sua passagem pelo Brasil a pedido da comunidade judaica, que se sentiria ultrajada diante do uso da fantasia que evoca o movimento fascista de origem alemã.
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De acordo com a coluna de Lauro Jardim, n’O Globo, Fux ligou para Dino para que Waters saísse preso das apresentações, caso vestisse o uniforme por cometer um crime de racismo. O colunista afirma que o Ministério da Justiça recebeu um pedido do advogado Ary Bergher, vice-presidente da Confederação Israelita do Brasil (CONIB) e presidente do Instituto Memorial do Holocausto, para barrar a vinda do músico ao Brasil ou vigiá-lo enquanto faz o giro pelo país.
Entretanto, em tuítes publicados em seu perfil no sábado (10), Dino não reconheceu ter recebido qualquer documento que proíbe a vinda do britânico ao Brasil.
Ainda não recebi petição sobre apologia a nazismo que aconteceria em show musical. Quando receber, irei analisar, com calma e prudência, a partir de duas premissas fundamentais:
1. Consoante a nossa Constituição, é regra geral que autoridade administrativa não pode fazer…
Publicidade— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) June 10, 2023
Waters sempre se envolve em controvérsias políticas e, em maio, na Alemanha, usou o uniforme, o que causou manifestações da comunidade judaica, que o acusa de antissemitismo há décadas. Já o músico argumenta que o uniforme se trata apenas de parte da encenação do show e compõe o contexto de crítica à regimes totalitários, algo expresso no disco clássico da banda, o The Wall, que virou filme dirigido por Alan Parker, em 1982.
No passado, Waters já havia tecido críticas ao governo Bolsonaro em apresentações no Brasil e foi alvo de uma saraivada de detratores que parecem não compreender a obra do artista muito bem.
Ainda assim, em sua rede social, Dino demonstrou atenção ao caso e afirma que irá averiguar as circunstâncias devido ao momento que o país vive.
Aproveito a “polêmica” sobre suposta “censura” a show, para frisar o meu modesto entendimento: o momento político brasileiro exige PONDERAÇÃO, EQUILÍBRIO e CAPACIDADE DE OUVIR A TODOS.
Sou ministro da Justiça do BRASIL e não me cabe concordar ou discordar de pedidos sem sequer…— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) June 10, 2023
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