A executiva nacional do PL anunciou nesta quarta-feira (23) que não vai estender o pedido de investigação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) às urnas eletrônicas anteriores a 2020 para o resultado do primeiro turno das eleições, preservando apenas a contestação do segundo turno. Seu presidente, Valdemar da Costa Neto, ainda reforçou que a última consequência do pedido não seria uma nova eleição, e sim a anulação das urnas investigadas, o que daria vitória ao seu candidato à Presidência, Jair Bolsonaro.
Se no segundo turno o resultado das eleições pendeu a favor do PT, o PL foi o grande vencedor do primeiro turno, quando elegeu as maiores bancadas de sua história na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Segundo seu defensor jurídico do partido, Marcelo Bessa, já afirma que essa coincidência não motivou a decisão de pedir a investigação apenas do segundo turno.
“Fizemos a opção de pedir a verificação extraordinária no segundo turno até porque entendemos que, pela transparência, pela necessidade do devido processo legal e da ampla defesa de todos os envolvidos, seria impossível fazer com que todas as pessoas eventualmente atingidas por uma decisão do TSE viessem aos autos e se manifestassem”, explicou. A ideia do partido é que o efeito sobre o primeiro turno seja decidido com base no que for decidido a respeito do segundo.
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Valdemar da Costa Neto considera que, caso o TSE venha a acatar sua demanda e sejam anuladas as 279 mil urnas de fabricação anterior a 2020, que se considere apenas o resultado das outras 141 mil de fabricação posterior, que dão vitória a Bolsonaro. Ele também nega que a anulação no lugar de uma nova eleição seja parte de um interesse partidário. “Isso envolve milhões, milhares de pessoas. (…) Só o PL tinha 2 mil candidatos, imagino que os outros partidos também, isso são mais de 30 mil pessoas. Isso ainda mexe com senadores, governadores, e tudo mais. Nunca foi essa a nossa eleição”, declarou.
O presidente do PL também foi questionado sobre os bloqueios rodoviários levantados ao redor do país por manifestantes exigindo a anulação do resultado das eleições e/ou um golpe militar. Sua resposta foi contra a forma dos protestos, sem tratar do conteúdo. “Isso tem que ser encerrado, temos que ser contra isso. Temos que lutar e usar a força contra isso. Ninguém pode impedir o direito de ir e vir”, declarou.
Sobre os protestos na entrada de unidades militares, como no caso do acampamento montado em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, Valdemar diz não ver problema desde que não criem problemas de trânsito ou de acesso aos quartéis. “Eles têm o todo o direito de se manifestar. E esse segmento novo que cresceu com Jair Bolsonaro não vai parar, independente de qualquer coisa. É um segmento novo que veio para ficar”.
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