A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (6) a Operação Panaceia, que investiga suspeitas de desvios de recursos na Saúde de Goiás entre 2012 e 2018. Um dos alvos é o ex-governador Marconi Perillo, atual presidente nacional do PSDB. Em nota, Perillo afirmou ser inocente e classificou a operação como “extremamente cruel”, alegando que os supostos fatos ocorreram há 13 anos.
Segundo as investigações, os desvios teriam ocorrido por meio de contratos entre o governo estadual e uma Organização Social (OS), que subcontratava empresas ligadas a políticos e administradores da própria OS. Parte dos recursos retornaria a esses envolvidos, configurando um esquema ilícito. A operação cumpriu dez mandados de busca e apreensão em Goiânia e um em Brasília, além de sequestrar mais de R$ 28 milhões dos investigados.
O Instituto Gerir, apontado como a OS envolvida, repudiou a operação, classificando-a como “ato de retaliação política” e alegando que as investigações, iniciadas há mais de cinco anos, violam o princípio constitucional da duração razoável do processo, expondo os investigados a constrangimento ilegal e injustificado.
O Governo de Goiás informou que a referida OS não prestou serviços à atual gestão e que, desde 2019, foram implementados controles internos para garantir a transparência na aplicação dos recursos públicos, visando impedir desvios. A Polícia Federal continua apurando o caso para determinar a extensão dos desvios e os responsáveis pelos atos ilícitos.