A Polícia Federal cumpre, na manhã desta quinta-feira (8), mandados de busca e apreensão no estado do Amazonas. Um dos alvos da “Operação Sangria”, segundo o Ministério Público Federal (MPF), é o vice-governador do estado, Carlos Almeida (PTB).

A operação, pedida pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo e autorizada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Francisco Falcão, aprofunda investigações contra o que seria uma organização criminosa instalada no governo do Amazonas com objetivo de desviar recursos públicos destinados ao combate da covid-19.  Os investigados são suspeitos dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e de dispensa de licitação de maneira ilegal.

Além do segundo na linha de sucessão estadual, foram alvos de busca e apreensão, de acordo com portais de notícia locais, o ex-secretário de Saúde do estado, Rodrigo Tobias, e a ex-secretária executiva da pasta, Daiana de Souza, e a ex-secretária de comunicação do Estado, Daniela Assayag.

Segundo o MPF, o governador amazonense Wilson Lima (PSC) exercia “domínio completo” sobre ações governamentais relacionadas ao combate à pandemia, onde teria havido os atos ilícitos. Já o vice-governador, de acordo com os registros reunidos pelos investigadores, tinha grande influência na gestão da Secretaria de Saúde.

“As provas apontam que a cúpula da Secretaria de Saúde se reportava frequentemente ao vice-governador para tratar de contratos da área de saúde, inclusive sobre pagamentos”, escreveu o MPF em nota divulgada nesta quinta-feira.

O governador Wilson Lima chegou a ser alvo de um processo de impeachment na Assembleia Legislativa estadual por conta da sua estratégia de combate à pandemia do covid-19. O pedido, porém, acabou arquivado.

> PGR diz que vai apoiar força-tarefa após encerramento da Lava Jato em SP
> PGR desiste de denúncia contra Arthur Lira, líder do centrão, no STF