Concluída a apuração das urnas no segundo turno das eleições, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, convocou uma coletiva de imprensa para seu pronunciamento de encerramento do pleito, que resultou na vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL). Em sua fala, Moraes ressaltou a confiabilidade das urnas e, quando questionado, garantiu que não há risco de contestação por parte do lado perdedor.
“Não vislumbramos nenhum risco real de nenhuma contestação. O resultado foi proclamado, o resultado será aceito e, aqueles que foram eleitos à Presidência e Vice-presidência da República (…) serão diplomados no dia 19 de dezembro e tomarão posse dia em 1º de janeiro”, declarou Moraes. A preocupação de uma não aceitação por parte de Bolsonaro não se dá por acaso: em diversos momentos, o atual presidente questionou a confiabilidade das urnas eletrônicas, e chegou a dizer que as eleições municipais de 2020 não deveriam ter acontecido.
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O ministro também conta que, concluída a eleição, ele ligou para Lula e Bolsonaro, seguindo o rito de cumprimentar os dois candidatos pela participação nas eleições e anunciar que faria em breve a proclamação do resultado. Sobre a conversa, ele afirma ter sido recebido com cordialidade pelo atual presidente, que agradeceu a ligação.
Moraes também aponta que as evidências até o momento confirmam a segurança das urnas eletrônicas, citando a fiscalização paralela realizada pelo Tribunal de Contas da União sobre os boletins de urnas. “Foi uma mega apuração, com mais de 4 mil boletins de urna, analisando um mostruário gigantesco, e concluiu-se que não há uma diferença. Não é 0,0000001%, é nada. Concluiu o que nós todos sabemos: o que é depositado na urna eletrônica e apurado é a vontade exata do eleitor e da eleitora”, relatou. Ele ainda conta que aguarda o relatório das Forças Armadas, mas que este, com menos de 500 urnas, já perdeu utilidade.
Até o momento, não houve manifestação pública por parte de Jair Bolsonaro sobre a derrota eleitoral.
Caso das rádios
Às vésperas do segundo turno, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, protagonizou um esforço junto à campanha de Jair Bolsonaro para acusar emissoras de rádio nos estados do Nordeste de não transmitir as inserções de rádio do presidente na quantidade estabelecida em lei, e de terem privilegiado as inserções de Lula. Moraes acredita que não há motivos para as eleições serem questionadas com base nas acusações.
“O próprio ministro das Comunicações já deu declarações em relação a esse assunto. Não houve recurso em relação à minha decisão porque ficou muito claro: houve no mínimo um erro de análise. Uma coisa são ondas de rádio, outra é o streaming. Uma série de erros foram relatados. Nos apresentaram oito rádios, e das oito, cinco mostraram que aqueles números não batiam e as outras três disseram que o atraso foi da própria campanha em não levar [o material]. Então, esse assunto está totalmente superado.
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