O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a transferência de militares presos por envolvimento com plano golpista, nesta segunda-feira (2). Detidos no Rio de Janeiro desde 19 de novembro, o general e ex-secretário executivo da Presidência da República Mário Fernandes e o militar Rodrigo Bezerra serão transferidos para o Comando Militar da Capital, em Brasília.
Os dois militares, integrantes dos “kids pretos”, foram presos preventivamente, em 19 de novembro, após a Polícia Federal (PF) deflagrar a Operação Contragolpe, com objetivo de desarticular um grupo de militares que planejava um golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente do Brasil. Outros dois militares e um policial federal também foram presos.
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Veja quem são os presos:
- Hélio Ferreira Lima – militar com formação em Forças Especiais;
- Mário Fernandes – ex-comandante de Operações Especiais, o general reformado que foi secretário executivo da Presidência da República no governo Bolsonaro e assessor do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), ex-ministro da Saúde;
- Rafael Martins de Oliveira – militar com formação em Forças Especiais;
- Rodrigo Bezerra de Azevedo – militar com formação em Forças Especiais;
- Wladimir Matos Soares – policial federal
A decisão de Alexandre de Moraes estabelece que sejam respeitadas as condições de prisão especial de militares, que estavam sendo cumpridas no 1º Batalhão de Polícia do Exército, onde estão detidos. O ministro ainda permitiu a visita das esposas e filhos de Mário Fernandes e Rodrigo Bezerra, Outras visitas devem ser autorizadas pelo magistrado.
Conforme a investigação, os “kids pretos”, que são os integrantes das Forças Especiais do Exército, elaboraram o plano “Punhal Verde Amarelo”. Impresso no Palácio do Planalto pelo próprio general Mário Fernandes, o documento previa o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.
No último relatório divulgado, a PF indiciou 37 pessoas pelos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, em razão do envolvimento com a trama. Além dos militares, o ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros, como Augusto Heleno e Braga Netto, e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) também foram indiciados.