Larissa Calixto
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) acusa o senador Romário (Podemos-RJ) de ter induzido agentes da polícia ao erro durante a apuração das circunstâncias de um acidente de carro no qual ele se evolveu em 2017, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Segundo a acusação, o parlamentar conduzia o veículo, mas a responsabilidade do acidente teria sido assumida por Marcelo Wagner, amigo e assessor dele.
Na denúncia encaminhada à Justiça, o MP argumenta que, na tarde do dia 16 de dezembro, Romário teria avançado o sinal vermelho e colidido com uma motocicleta, deixando o motociclista ferido. Testemunhas afirmam terem visto o ex-jogador descer do veículo pelo lado do condutor e aguardar o socorro à vítima. Marcelo Wagner, que assumiria a responsabilidade do acidente como condutor do veículo, só teria chegado depois.
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No período do acidente, Romário estava com a carteira de habilitação suspensa e, portanto, impossibilitado de dirigir. Conduzir veículo com CNH suspensa é considerada infração gravíssima, implicando, além de multa, em pena de 6 meses a um ano de reclusão, conforme previsão do artigo 307 do Código de Trânsito Brasileiro.
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Segundo a denúncia do MP, quando a polícia chegou, o senador e seu assessor teriam criado uma outra versão para o acidente, induzindo o agente da polícia ao erro durante a elaboração do inquérito. Inovar artificiosamente em caso de acidente automobilístico com vítima é crime previsto no Art. 312 do Código de Trânsito Brasileiro, da lei 9503/97, com pena, de 6 meses a um ano de detenção, ou multa. O objetivo por trás da atitude do parlamentar seria garantir a sua impunidade. Em 2018, ele se candidatou ao governo do Rio de Janeiro.
PublicidadeDe acordo com o jornal O Globo, durante a corrida eleitoral, o ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski teria suspendido o processo.
A denúncia feita pelo Ministério Público foi encaminhada para o IX Juizado Especial Criminal, no Rio de Janeiro, com audiência prevista para a próxima quinta-feira (16). O senador poderá se tornar réu de um processo criminal, caso a denúncia seja aceita pelo tribunal.
A assessoria do senador Romário informa que o referido processo foi um recurso, que houve desistência e encontra-se encerrado.
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