O pastor Silas Malafaia publicou em seu canal no Youtube um vídeo em que cobra das autoridades policiais e judiciais a celeridade nas investigações sobre o escândalo de corrupção envolvendo o ministro da educação Milton Ribeiro, acusado de desviar verba pública para favorecer aliados de pastores evangélicos suspeitos de cobrança de propina em ouro de prefeitos para liberação de recursos do Ministério aos municípios.
Malafaia exige que as autoridades não poupem recursos para desvendar o ocorrido. “Investiguem a fundo. Quebrem o sigilo bancário, fiscal e telefônico desses dois pastores. Vai fazer um favor aos pastores evangélicos do país”. Segundo o líder religioso, o escândalo faz com que a comunidade de pastores evangélicos no Brasil corra o risco de “tomar lama por causa de dois camaradas”.
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O pastor afirma que, até o momento, acredita na inocência do ministro, mas não considera satisfatório o esclarecimento prestado em nota no dia do vazamento do áudio em que confessava beneficiar os pastores. “Por enquanto, dou a inocência ao ministro. Mas achei fraca a argumentação. A coisa é muito séria. E como ele é pastor e trata com pastores, transparência máxima possível. Essa que é a verdade”, declarou.
Sua posição foi a mesma defendida pelo presidente da Frente Parlamentar Evangélica, Sóstenes Cavalcante (União-RJ), que em diversos momentos afirmou que a nota apresentada não foi suficiente para esclarecer a gravidade do áudio, bem como disse em coletiva de imprensa que orientou o ministro para que preste esclarecimentos mais detalhados.
Malafaia ainda tentou aproveitar a oportunidade para atacar seus rivais. “Nós, pastores evangélicos, não somos iguais ao PT, que encobre ladrões e corruptos. Os governos mais corruptos da história política do Brasil: Lula e Dilma. Quem cobre corruptos é o PT”, disse.
Entenda o caso
A denúncia de existência de um “gabinete paralelo” formado por pastores, que controlariam a liberação de verbas e a agenda do Ministério da Educação, foi publicada nesta semana pelos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. Em uma das matérias foi divulgada uma conversa gravada em que Milton Ribeiro disse, em encontro com prefeitos, que o governo prioriza amigos de pastores a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na conversa, segundo o ministro, a prioridade é atender prefeituras que tenham pedidos de liberação de verba negociados pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, que integram suposto gabinete paralelo dentro do Ministério da Educação. Nesta quinta-feira (24), a ministra do STF, Cármen Lúcia, autorizou um inquérito para investigar as denúncias no MEC.
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