O ministro Luís Roberto Barroso foi eleito nesta quarta-feira (9) para, a partir do mês de setembro, assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) no lugar da ministra Rosa Weber, que deverá se aposentar por idade em outubro. A vice-presidência ficará a cargo de Edson Fachin. Cada um recebeu 10 votos para os novos cargos.

“Eu recebo com imensa humildade essa tarefa que me é confiada, e consciente do peso dessa responsabilidade. Eu pretendo dignificar a cadeira que vossa excelência [Rosa Weber] hoje ocupa. (…) Eu pretendo dignificar a cadeira, como já fizeram os eminentes colegas que aqui estão presentes aqui no tribunal”, declarou Barroso ao receber o veredito da eleição.

Barroso foi indicado ao STF em 2013, e se tornou alvo tanto de críticas quanto de apoio de diversos setores da política por seus pronunciamentos em defesa de pautas progressistas, como a descriminalização do aborto e das drogas. Atualmente ele ocupa a função de vice-presidente da Suprema Corte, tendo também sucedido Rosa Weber na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entre 2020 e 2022.

Nos últimos meses, retornou os holofotes ao receber críticas tanto de políticos ligados à direita, graças a um discurso dado em uma reunião da União Nacional dos Estudantes em que afirmou ter lutado “contra a ditadura e contra o bolsonarismo”; quando de políticos ligados ao sindicalismo, em função de uma série de decisões que emperraram a implementação do piso salarial da enfermagem.

“Eu posso dizer que a vida me deu a benção de servir ao Brasil sem ter nenhum outro interesse, sem ter nenhum outro propósito que não seja o de fazer um país melhor e maior, e na medida do possível, disseminar o bem e a justiça em todo o país”, complementou no discurso após a eleição entre os ministros.

Como presidente do STF, Barroso ficará encarregado não apenas de representar a Corte, mas também de definir a pauta de julgamentos levados a plenário. Apesar da formalidade da eleição, os ministros do Supremo tradicionalmente adotam um sistema de revezamento, passando o cargo para o vice-presidente em exercício.