orlO deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) minimizou a tentativa de hackers em acessar as mensagens de seu Telegram. “Só vão achar piada ruim e xingamento a político. Xingamento a político deve causar problemas, mas eu sobrevivo”, disse.
O grupo tentou acessar seis vezes as mensagens do líder do Movimento Brasil Livre.
O Congresso em Foco ouviu pessoas do mundo político que foram vítimas da quadrilha que acessou mensagens privadas de autoridades dos Três Poderes.
Na noite desta segunda-feira (23), o jornal O Globo revelou uma lista com 84 pessoas vítimas do grupo que fez ataques cibernéticos.
Os nomes estão em inquérito da operação Spoofing da Polícia Federal, que investiga a invasão das mensagens.
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PublicidadeA lista informa somente a tentativa por parte dos hackers de acessar as mensagens, sem a comprovação do sucesso ou fracasso na intenção.
“Precisamos saber se alguém conseguiu invadir”, disse o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, que foi alvo quatro vezes.
A afirmação de Costa foi uma resposta sobre se há preocupação que informações sigilosas do governo possam ter sido acessadas pela quadrilha digital.
O chefe de gabinete do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), foi uma das pessoas que os hackers tentaram obter as conversas no Telegram. Foram nove tentativas.
“Quando invadiram o do ministro Moro acabei por suspeitar e comprovar. Isto porque recebi uma mensagem dele, via Telegram, em branco. Achei estranho e comuniquei-lhe”, disse o assessor de Alcolumbre, que foi alvo nove vezes dos investigados na operação Spoofing.
Alcolumbre também foi umas das pessoas que os hackers miraram, porém tentaram duas vezes, sete a menos que as voltadas ao seu chefe de gabinete.
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, Felipe Francischini (PSL-PR), afirmou que não se preocupa porque não usa o Telegram e que a Polícia Federal não o comunicou sobre o fato.
“Que absurdo, tinha nem ideia. Ninguém tinha me comunicado nada até então, nem fui comunicado, só vi no sites”, declarou. Os hackers tentaram oito vezes acessar as mensagens do pesselista.
“Tinha rumores, mas nunca tive a confirmação”, disse a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, sobre ser alvo dos hackers. A petista declara que usa “muito pouco” o Telegram.
O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) soube pelo Congresso em Foco que seu nome estava na lista obtida pelo jornal O Globo. Ele diz que não usa o Telegram com frequência e que a possível invasão não o preocupa.
Tanto Gleisi quanto Teixeira foram alvos de sete ações dos hackers.
O deputado Luiz Phillippe de Orleans Bragança (PSL-SP) afirmou que já tinha conhecimento do caso, mas não sabia que haviam sido oito tentativas.
“Já tomamos medidas para evitar, mas sempre há o risco. O maior problema não é a imagem pública, essa se reconstrói com a verdade, o problema maior são as informações de identidade que podem gerar problemas financeiros entre outros”, disse o deputado do PSL.
Leia a lista obtida pelo jornal O Globo:
- Rodrigo Janot (ex-PGR) – 76
- Deltan Dallagnol – 37
- Luciano (sobrenome não identificado) – 28
- Thaméa Danelon (procuradora, ex-coordenadora da Lava-Jato de São Paulo) – 22
- Orlando Martello Junior (procurador da Lava-Jato de Curitiba) – 21
- Alexandre de Moraes (ministro do STF) – 13
- Nicolao Dino (subprocurador aliado de Janot) – 13
- Claudio Dantas (jornalista do site O Antagonista) – 12
- João Otávio de Noronha (atual presidente do STJ) – 10
- Eduardo Bolsonaro (deputado) – 10
- Rodrigo Maia (presidente da Câmara) – 10
- José Augusto Vagos (procurador da Lava-Jato do Rio) – 10
- Márcio Barra Lima (ex-coordenador da Força-Tarefa Greenfield do MPF) – 10
- Paulo Gomes Ferreira Filho (procurador da Lava-Jato do Rio) – 10
- Delegado Francischini (ex-deputado federal) – 9
- Paulo (chefe de gabinete do presidente do Senado Davi Alcolumbre) – 9
- André Wasilewski Dusczak (juiz federal) – 9
- Roberson Pozzobon (procurador da Lava-Jato de Curitiba) – 9
- Raquel Dodge (ex-PGR) – 9
- Thiago Lacerda Nobre (coordenador da Lava-Jato em SP) – 9
- Felipe Francischini (deputado federal) – 8
- DPF Edson (delegado da PF de SP) – 8
- Luiz Philippe O. Bragança (deputado federal) – 8
- Januário Paludo (procurador da Lava-Jato em Curitiba) – 8
- Wagner do Rosário (ministro da CGU) – 7
- Luís Felipe Salomão (ministro do STJ) – 7
- Gleisi Hoffmann (deputada) – 7
- Paulo Teixeira (deputado) – 7
- Joice Hasselmann (deputada) – 7
- Deltan (outro número do procurador) – 7
- Eduardo Bolsonaro (deputado, outro número) – 7
- Flávio Bolsonaro (senador) – 7
- Presidente Bolsonaro Reservado (presidente da República) – 7
- Presidente Bolsonaro telefone funcional (presidente da República) – 7
- Coronel Hideo (não identificado) – 6
- Baleia Rossi (deputado) – 6
- Tiago Ayres (advogado do PSL e de Bolsonaro) – 6
- Cid Gomes (senador) – 6
- Marisa Ferrari (procuradora da Lava-Jato do Rio) – 6
- Kim Kataguiri (deputado federal) – 6
- Abel Desembargador (desembargador do TRF-2) – 5
- Eduardo El Hage (coordenador da Lava-Jato do Rio) – 5
- Júlio Carlos Noronha (procurador da Lava-Jato de Curitiba) – 5
- Isabel Groba (procuradora da Lava-Jato de Curitiba) – 5
- Karen Louise (procuradora da Lava-Jato de Curitiba) – 5
- Luiza Frischeisen (subprocuradora, foi candidata a PGR pela lista tríplice) – 5
DGP SP Youssef (não identificado) – 4 - Ministro Sergio Moro (ministro da Justiça) – 4
- Zampieri (ajudante de ordens da Presidência) – 4
- Carlos da Costa (secretário especial de Produtividade do Ministério da Economia) – 4
- Gabriela Hardt (juíza federal da Lava-Jato de Curitiba) – 4
- DPF Rafael Fernandes (delegado da PF) – 4
- Andrey Borges de Mendonça (procurador da Lava-Jato em SP) – 4
- Eduardo Pelella (procurador e ex-chefe de gabinete de Janot) – 4
- Flávia Cecília Blanco (não identificado) – 3
- Abraham Weintraub (ministro da Educação) – 3
- Dep. Luiz Philippe Bragança (deputado) – 3
- Eduardo Paes (ex-prefeito do Rio) – 3
- Lamoso (ajudante de ordens do governo de SP) – 3
- Pezão (ex-governador do Rio) – 3
- Flávio Lucas (não identificado) – 3
- Igor Gadelha Crusoé (jornalista da Crusoé) – 3
- Pedro Bial (jornalista da TV Globo) – 3
- André Luiz Morais de Menezes (não identificado) – 3
- Danilo Dias (procurador e ex-coordenador da área criminal de Janot) – 3
- Douglas Fischer (procurador e ex-coordenador da Lava-Jato de Janot) – 3
- Rudson Coutinho da Silva (não identificado) – 3
- Abílio Diniz (empresário) – 2
- Davi Alcolumbre (presidente do Senado) – 2
- Dr. Francisco (não identificado) – 2
- Maira (não identificado) – 2
- Marcelo Barbieri SRI/Segov (foi secretário de Relações Institucionais do governo Michel Temer) – 2
- Athayde Ribeiro da Costa (procurador da Lava-Jato de Curitiba) – 2
- General Braga Neto (atual chefe do Estado-Maior do Exército) – 2
- MRE Filipe (Ministério das Relações Exteriores) – 2
- Mario Carvalho FSP (jornalista da Folha de S.Paulo) – 2
- Paulo Guedes (ministro da Economia) – 2
- Reis Friede des TRF2 (atual presidente do TRF-2) – 2
- Rosangela (mulher do ministro Sergio Moro) – 2
- Diogo Castor de Mattos (ex-procurador da Lava-Jato de Curitiba) – 2
- Gabriel da Rocha (não identificado) – 2
- Paulo Roberto Galvão (procurador da Lava-Jato de Curitiba) – 2
- Silvio Amorim (não identificado) – 2
- Arolde de Oliveira (senador) – 1
- Marcelo Bretas (juiz federal da Lava-Jato do Rio) – 1
- Oswaldo Jose Barbosa da Silva (corregedor-geral do MPF) – 1
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