O juiz Gilson Jader Gonçalves Vieira Filho, da 4ª Vara Federal Criminal do Pará, aceitou denúncia do Ministério Público Federal contra o deputado Ricardo Salles (PL-SP) por suspeita de participação em uma organização criminosa que facilitava a exportação ilegal de madeira. As acusações são referentes ao período em que Ricardo era ministro do Meio Ambiente, na gestão de Jair Bolsonaro na Presidência da República.
De acordo com a denúncia do MPF, Ricardo Salles e mais 20 nomes fizeram parte de um conluio envolvendo agentes públicos e representantes do setor privado com a prática de crimes que beneficiaram o setor madereiro. O ex-diretor do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) Eduardo Bim também está na lista de denunciados.
O Ministério Público atribui ao então ministro um papel de liderança no esquema criminoso. A participação dele se deu com as seguintes ações, segundo o MP:
- nomeação de funcionários sem capacidade técnica para ocupar cargos estratégicos no Ibama, relacionados à fiscalização, além do desligamento de outros servidores, transferidos para áreas incompatíveis com suas competências;
- uso da estrutura do Ibama para atender demandas do setor madereiro, com a emissão de pareceres e ofícios irregulares para liberar madeira brasileira apreendida nos Estados Unidos;
- atendimento de representantes do setor madereiro em reunião. O próprio Ricardo Salles chegou a negar ter comparecido à reunião em questão — o que, segundo a denúncia, é mentira
Com a aceitação da denúncia, Ricardo Salles torna-se réu por corrupção passiva, crimes contra a flora e organização criminosa.
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