A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann, condenou a decisão do Tribunal de Justiça do Paraná de conceder habeas corpus ao ex-policial penal Jorge Guaranho, acusado de assassinar o tesoureiro do PT Marcelo Arruda, em 2022. O réu foi liberado do Complexo Médico Penal de Pinhais, nesta sexta-feira (13), para cumprir prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica.
A parlamentar manifestou sua indignação nas redes sociais, afirmando que o tesoureiro foi vítima de “crime de ódio e violência política”.
“A decisão judicial que concedeu prisão domiciliar ao assassino do companheiro Marcelo Arruda não apaga o crime hediondo que ele cometeu e pelo qual deve ser rapidamente julgado com rigor”, escreveu Gleisi em um post no Bluesky.
Defesa alega necessidades médicas
Em julho de 2022, o então agente penal, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, invadiu o aniversário de 50 anos de Marcelo e disparou tiros contra o tesoureiro. A festa tinha como tema o presidente Lula e o PT, o que causou a ira do Guaranho. O crime aconteceu em Foz do Iguaçu, Paraná. Desde a detenção, em agosto de 2022, o acusado trata ferimentos decorrentes de disparos de armas de fogo e agressões causadas por convidados da vítima.
Leia também
A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná acatou um pedido da defesa de Guaranho, sob alegação de que o Complexo Médico Penal não oferece a assistência médica que ele necessita.
“Jorge Guaranho agora poderá realizar o devido tratamento em sua residência, acompanhado por seus familiares, enquanto segue monitorado eletronicamente. Tal medida visa preservar sua integridade física, assegurando ao mesmo tempo que ele continue à disposição da justiça”, diz o pedido da defesa.
PublicidadeAs medidas cautelares proíbem o réu de deixar o domicílio, salvo para tratamentos médicos. Guaranho também não pode sair de Curitiba até julgamento, previsto para 11 de fevereiro de 2025.
Decisão surpreende família da vítima
Em uma entrevista ao UOL, a viúva de Marcelo, Pamela Silva, disse que a família foi pega de surpresa com a decisão da justiça. Ela classificou o habeas corpus como “lastimável” e “terrível”.
“Nós estamos arrasados, sem chão e com muito medo. A sensação de injustiça com a família é imensa. A gente não tem palavras para dizer o que está acontecendo. Porque, além de perder o Marcelo, de ser vítima de toda uma situação, a gente foi pego de surpresa”, desabafou.
Leia também: STF determina transferência de R$ 18,3 milhões de X e Starlink para conta da União
Deixe um comentário