Os dois fugitivos do sistema prisional federal, Rogério Mendonça, 36 anos, e Deibson Nascimento, 34 anos, foram transferidos de volta para a Penitenciária Federal de Mossoró (RN) nesta sexta-feira (5). Ao mesmo tempo, o governo oficializou a demissão do diretor do presídio, Humberto Gleydson Fontinele Alencar.
Alencar era o diretor no momento da fuga, em 14 de fevereiro. Na mesma data, o diretor foi afastado de suas funções. De acordo com a dispensa oficial, publicada nesta sexta-feira (5) no Diário Oficial da União, a saída dele como diretor se dá desde o momento em que foi afastado.
Em 14 de fevereiro, os presos Rogério e Deibson fugiram do presídio federal pelo teto da penitenciária. Foi a primeira vez que o Brasil registrou fuga em um presídio de segurança máxima desde a implementação do Sistema Penitenciário Federal, em 2006.
A prisão de Mossoró é uma das cinco administradas pelo governo federal. As outras quatro unidades são em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Brasília (DF).
Na Penitenciária Federal de Mossoró, Rogério e Deibson ficarão em celas separadas. Além da troca de direção, o presídio também terá atualizações nos equipamentos de segurança e nos protocolos, incluindo vistorias diárias.
Na última terça-feira (2), a Corregedoria-Geral da Secretaria Nacional de Políticas Penais divulgou a conclusão das investigações sobre as supostas responsabilidades de servidores na Penitenciária Federal de Mossoró na fuga. Segundo a corregedoria “não há indícios de corrupção” no episódio, mas houve “falhas nos procedimentos carcerários de segurança”. A investigação sobre os problemas estruturais do presídio continua.
Publicidade50 dias foragidos
Os presos, que têm ligação com a facção criminosa Comando Vermelho (CV), ficaram 50 dias foragidos. Eles foram capturados na quinta-feira (4) em Marabá, no Pará, a mais de 1.500 km de distância da cidade de onde fugiram.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública mobilizou na força-tarefa de captura dos fugitivos ao menos 600 agentes nestes quase dois meses. Além do diálogo entre a pasta e forças de segurança, o Ministério suspendeu, nos dois dias seguintes à fuga, banhos de sol e visitas no presídio.
Segundo o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, os fugitivos “estavam se dirigindo para o exterior”. Outras quatro pessoas foram presas na companhia dos dois homens que eram buscados pelas forças federais.
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