Walter Delgatti, hacker contratado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP) para invadir órgãos do sistema judiciário, recebeu R$ 40 mil da parlamentar para cometer a irregularidade. A declaração foi feita pelo advogado Ariovaldo Moreira, responsável pela defesa do hacker, logo após o depoimento de Delgatti à Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (16).
De acordo com o advogado, do total, Delgatti recebeu R$ 14 mil via depósito bancário e o restante foi pago em dinheiro. Moreira ainda acrescentou que o hacker apresentou provas do pagamento efetuado pela deputada.
Parlamentares da base do governo que integram o colegiado da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas protocolaram, ao todo, seis requerimentos que tornaram Walter Delgatti, conhecido como o hacker de Araraquara responsável pela Vaza Jato, o próximo depoente da Comissão. Preso pela Polícia Federal na semana passada (2), Delgatti comparece à CPMI na quinta-feira (17).
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Os requerimentos foram pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), deputado Rogério Correia (PT-MG), deputado Duarte Jr. (PSB-MA), deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) e deputado Rubens Pereira Jr. (PT-MA).
Delgatti foi preso preventivamente em 2 de agosto pela Polícia Federal por crimes que ocorreram entre 4 e 6 de janeiro. A prisão foi ordenada por ordem do Supremo Tribunal Federal em decorrência das investigações sobre o ataque hacker ocorrido no sistema do Conselho Nacional de Justiça. O ataque inseriu de forma ilegal 11 alvarás de soltura de pessoas presas e um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.
Em depoimento anterior, o hacker confirmou que a ação visava demonstrar a vulnerabilidade do Sistema de Justiça brasileiro e descredibilizar publicamente o sistema eletrônico de votação, com o intuito de questionar o resultado eleitoral das urnas.
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O depoimento da deputada Carla Zambelli (PL-SP) à Polícia Federal marcado para a segunda-feira da semana passada (7) foi adiado. De acordo com a defesa da parlamentar, a oitiva não ocorreu por falta de acesso “aos inquéritos policiais, procedimentos conexos e correlatos” envolvendo Zambelli.
Segundo o advogado, foi a própria repercussão de matérias da imprensa que fez com que a PF decidisse por realizar o depoimento em outro momento, o que possibilitaria o acesso aos autos do processo pela defesa.
“A defesa da deputada Carla Zambelli reitera que somente se manifestará após integral conhecimento do conteúdo dos autos – o que ainda não aconteceu, inclusive de referido depoimento, porém reforça e rechaça qualquer acusação de prática de conduta ilícita e imoral pela parlamentar, inclusive, negando qualquer tipo de pagamento ao mencionado hacker”, disse o advogado de defesa da deputada, Daniel Leon Bialski, em nota.