Em entrevista à GloboNews realizada na saída da sede da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o ministro da Justiça, Flávio Dino, se pronunciou sobre a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou as provas colhidas contra o presidente Lula na operação Lava-Jato. De acordo com ele, a decisão foi uma “reparação histórica” da Justiça.
“É uma reparação histórica. Esse trecho da decisão, bastante claro e bastante eloquente, demonstra o que nós vinhamos dizendo há muitos anos: para fazer justiça, você deve observar normas legais. (…) Se reafirma mais uma vez, juridicamente, a inocência do presidente Lula. Politicamente, [a decisão] mostra de que lado estava a razão”, declarou.
Apesar de inicialmente favorável à Lava-Jato, Flávio Dino passou a criticar a forma com que a operação e os consequentes processos foram conduzidos a partir de julho de 2016, afirmando que os responsáveis estariam atuando de forma abusiva e cedendo à pressão midiática. Ao longo dos anos, as críticas se intensificaram, bem como sua rivalidade com o ex-juiz e hoje senador Sergio Moro (União-PR).
Sem citar os nomes, Toffoli fez referência aos atos de Moro e ao procurador da Lava-Jato no Paraná, Deltan Dallagnol, acusados de agir em conluio para que a operação resultasse na prisão de Lula e outros alvos pré-estabelecidos. “Esses agentes desrespeitaram o devido processo legal, descumpriram decisões judiciais superiores, subverteram provas, agiram com parcialidade e fora de sua esfera de competência”, ressaltou o ministro do Supremo.
Antes de seu pronunciamento na sede da Abin, Dino havia se manifestado sobre a decisão de Toffoli em suas redes sociais, referindo-se esta guarda “registro dos absurdos perpetrados em uma página trevosa da nossa história”. Ele também anunciou que dará andamento à determinação do magistrado para que seja apurada a “responsabilidade criminal de agentes públicos”. Moro e Dallagnol são possíveis alvos da investigação.
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