O deputado Guilherme Boulos (Psol-SP), candidato à prefeitura de São Paulo, anunciou na noite de sexta-feira (4) o encaminhamento de um pedido à Justiça pela prisão do coach Pablo Marçal, seu concorrente pelo PRTB, após este divulgar um laudo médico falsificado em seu perfil no Instagram alegando uma suposta internação do psolista por transtorno mental provocado por uso de cocaína.
O laudo é assinado por José Roberto de Souza em janeiro de 2021, médico que faleceu no ano seguinte. A unidade médica em questão, clínica médica Mais Consulta, tem em seu quadro de sócios o biomédico Luiz Teixeira da Silva Júnior, apoiador declarado de Marçal. A Folha de S. Paulo ainda apurou que o profissional em questão foi condenado no mesmo ano ao tentar falsificar um diploma de medicina.
O RG citado no laudo também não coincide com o do candidato, havendo a inserção de um número a mais. Além disso, Boulos possui registro em suas redes sociais do momento da suposta internação: ocasião em que, na realidade, participava de uma ação de distribuição de cestas básicas na Comunidade do Vietnã junto a colegas de partido.
“Chegou no limite para ele. Estamos entrando agora à noite com um pedido de prisão do Pablo Marçal, na Justiça Criminal. Dele e do dono da clínica, um pedido de prisão de ambos. Além, logicamente, de todas as medidas cabíveis na Justiça Eleitoral”, declarou Boulos em suas redes sociais. “Eles jogam com a mentira, sabem que vão ser desmentidos, (…) mas a ideia é justamente criar essa confusão, a ideia é que as pessoas divulguem a mentira”, completou.
Ao longo de sua campanha, Pablo Marçal reiteradamente acusou Boulos de ser usuário recorrente de cocaína, mas sem apresentar provas concretas: na tentativa anterior, havia divulgado um exame toxicológico em nome de um homônimo. No debate Folha/Uol da última segunda-feira, tentou provocar o psolista citando o Hospital do Servidor, local onde o candidato foi internado em 2009 para tratar de um episódio de depressão severa.
A assessoria de imprensa de Pablo Marçal foi questionada sobre as acusações de falsificação de documento para fins eleitorais. Até o momento, não houve resposta.
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