O ex-presidente Jair Bolsonaro depõe nesta terça-feira (16), às 14h, na Polícia Federal dentro do inquérito que investiga o ex-presidente por possível participação na falsificação de dados no Ministério da Saúde ao alterar cartões de vacinação e viajar aos Estados Unidos.
Bolsonaro também apresenta explicações referentes ao ajudante de ordens, tentente-coronel Mauro Cid, acusado de conduzir o esquema de fraude, e esclarecimentos sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro.
A ida do ex-presidente ocorre praticamente duas semanas após a realização da operação Venire, que expôs a intervenção de Mauro Cid ao modificar dados com o objetivo de provar que a própria família e a família de Bolsonaro foram vacinadas para que viajassem ao exterior.
Bolsonaro afirma que nunca se vacinou e a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro alega que a filha do casal, Laura, também não foi vacinada contra a Covid-19.
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Apreensão
O depoimento gera apreensão no núcleo dos Bolsonaro e da família de Mauro Cid, pois o militar que está preso desde o dia 3 de maio trocou de advogado de defesa. Rodrigo Roca, também advogado da família do ex-presidente, deixou o cargo para dar lugar a dupla de advogados especializados em delação premiada, Bruno Buonicore e Bernardo Fenelon.
A troca de advogados vem da insatisfação da família de Cid, em especial do pai, general Mauro Cesar Lourena Cid, que vê abandono na postura do ex-presidente em relação filho.
Outro ponto que complexifica a condição do ex-presidente são as informações sobre repasses de verba que o então ajudante de ordens Mauro Cid fez em espécie para a ex-primeira dama.
Desde que deixou o Executivo, esta é a terceira vez que o ex-presidente comparece à Polícia Federal. No dia cinco de abril, ele depôs sobre a entrada de joias vindas da Arábia Saudita e 21 dias depois deu explicações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.