*Pedro Sales
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luís Roberto Barroso, declarou nesta segunda-feira (13) apoio ao fortalecimento da imprensa tradicional durante o evento “O papel do Supremo nas democracias”, organizado pelo Estadão e pela Universidade Mackenzie. Para o magistrado, a valorização da imprensa é fundamental para a democracia.
“É mais importante do que nunca para a sobrevivência da democracia a valorização da imprensa tradicional, com compartilhamento de receita, porque as plataformas digitais não produzem conteúdo, elas reproduzem o conteúdo da imprensa”, disse o ministro.
Barroso ainda salienta que, além da mera reprodução de conteúdos jornalísticos, as redes sociais são propícias à criação de bolhas, onde informações falsas trafegam inadvertidamente. Segundo o ministro, formam-se tribos com narrativas próprias e que jamais conseguem chegar a consensos.
Leia também
“O que as plataformas digitais estão fazendo é tribalizar a vida, permitindo que cada um construa a sua própria narrativa sem compartilhar um espaço comum. E as pessoas na vida têm direito às próprias opiniões, mas não aos próprios fatos”, explicou.
Além de discursar sobre a importância da mídia para a construção da democracia, o presidente do STF rebateu as críticas de que o Supremo realiza ativismo judicial, bandeira levantada por muitos opositores e que intensifica as atuais rusgas entre Congresso e Judiciário. “Com frequência as pessoas chamam de ativistas as decisões que elas não gostam, mas geralmente o que elas não gostam mesmo é da Constituição ou eventualmente de democracia”.
Publicidade“A democracia e a Constituição ao longo dos 35 anos têm resistido a tempestades diversas, que foram dos escândalos de corrupção às ameaças mais recentes de golpe”, declarou Barroso. “A Constituição e a democracia conseguiram resistir e a resposta é afirmativa: quem é o guardião da Constituição? O STF. Então é sinal que ele tem cumprido bem seu papel e o resto é varejo político”.
*Estagiário, sob supervisão da editora Iara Lemos
Deixe um comentário