A Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco) anunciou que acionará a Justiça para responsabilizar civil e criminalmente a ex-advogada do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) Juliana Bierrenbach, uma das pessoas presentes na reunião gravada pelo deputado Delegado Ramagem (PL-RJ) com o ex-presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto. A entidade cobra uma retratação da jurista sobre suas declarações.
Na reunião com Bolsonaro e Ramagem, Juliana acusou um suposto grupo de auditores da Receita Federal de acessarem ilegalmente a base de dados da instituição, visando levantar informações sigilosas sobre desafetos políticos citando Flávio Bolsonaro como um suposto alvo. O parlamentar respondia por peculato (a popular “rachadinha”) em seu gabinete durante seu mandato anterior, como deputado estadual no Rio de Janeiro.
Ao longo da conversa, os participantes discutiram a possibilidade de utilização do aparato do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), órgão da qual a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), até então dirigida por Ramagem, é vinculada. Em entrevista à CNN, Bierrenbach negou que este tenha sido o objetivo, e que ela pretendia “alertar autoridades” sobre o suposto grupo criminoso.
“As acusações são extremamente graves e potencialmente danosas à reputação dos auditores fiscais e da instituição”, alegou em nota a Unafisco. “Diante da gravidade das acusações, a Unafisco Nacional assegura que não hesitará em tomar todas as medidas legais, civil e criminalmente, para proteger a reputação dos auditores fiscais”, acrescentam.
De acordo com o presidente da associação, Mauro Silva, a advogada terá “a oportunidade de se retratar” caso não queira que a questão seja de fato levada à via judicial.
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