A volta ao Brasil do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, marcada para a manhã desta quinta-feira (30), acirrou os ânimos na Câmara dos Deputados. Enquanto aliados do ex-presidente, que está nos Estados Unidos desde o último dia de dezembro, defendem seu retorno como uma espécie de marco político, parlamentares da oposição fortaleceram as críticas em relação ao ex-presidente.
“Bolsonaro só está voltando ao Brasil para responder à Justiça. É para isso que ele está chegando amanhã”, disse o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ).
Bolsonaro chega pela manhã em Brasília, e, de lá, segue para o Complexo Brasil 21, onde Michelle Bolsonaro e outras lideranças partidárias do PL aguardam o ex-presidente. A Secretaria de Segurança do Distrito Federal fechou a área em torno da Esplanada dos Ministérios a fim de evitar incidentes, embora não haja manifestação pública prevista de Bolsonaro. Segundo o PL, apenas lideranças do partido terão acesso a Bolsonaro nesta quinta-feira.
“O tempo irá se responsabilizar por colocar Bolsonaro no local correto, que não é nem no Brasil, nem nos Estados Unidos, mas sim no banco dos réus”, disse a deputada Maria do Rosário (PT-RS).
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Apesar das manifestações dos parlamentares petistas, na Câmara, apoiadores do ex-presidente circulavam com bandeiras do Brasil na tarde desta quarta. Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), deputado federal e um dos filhos do ex-presidente, foi um dos mais tietados por visitantes do parlamento, que pediam foto. No Senado, Sérgio Moro (União-PR), um dos aliados do ex-presidente na Casa, foi o mais procurado para fotos com prefeitos, que participam da Marcha que ocorre nesta semana em Brasília.
Bolsonaro prestará depoimento
Poucos dias depois de retornar ao Brasil, Bolsonaro já tem depoimento marcado para a Polícia Federal. O ex-presidente foi intimado a depor no dia 5 de abril, em Brasília, sobre o caso das jóias recebidas dos Emirados Árabes.
Nos últimos quatro anos de governo, o ex-presidente da República ou representantes de sua equipe presidencial fizeram 150 viagens para a Arábia Saudita. O país dos Emirados Árabes está no centro da confusão das jóias recebidas por Bolsonaro, e que foram mantidas pelo ex-presidente de forma irregular.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o ex-presidente recebeu uma caixa com um relógio Rolex, uma caneta Chopard, abotoaduras, anel e uma masbaha — espécie de rosário para a religião islâmica. Os presentes somam mais de R$ 500 mil e ficaram com o ex-presidente mesmo após o fim de seu mandato
As joias estavam sob posse da comitiva do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em outubro de 2021. Na sexta-feira da semana passada (24), a defesa de Bolsonaro atendeu a determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) e devolveu parte dos presentes. O terceiro pacote de jóias não foi devolvido.
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