O Brasil chega ao terceiro trimestre de 2013 cercado por graves problemas nacionais e, lamentavelmente, pela omissão e falta de protagonismo do Poder Executivo. Não há dúvida, portanto, de que o governo atravessa um momento de crise de gestão.
Diante de um quadro grave de baixo crescimento da economia, dólar nas alturas e fuga de investidores em direção à economia americana, que dá sinais de retomada do crescimento, não podemos ficar à mercê de medidas paliativas.
O governo precisa se concentrar nas questões fundamentais da responsabilidade fiscal e social, da infraestrutura e da economia. De fato, necessitamos de um pacto em torno das questões que realmente importam ao país.
É necessário que o governo pare com as “maquiagens” nas contas públicas. Elas só prejudicam o Brasil, pois os agentes econômicos não são passíveis de serem enganados e, mais cedo ou mais tarde, percebem a realidade dos fatos.
Também o excesso de peso da máquina pública tem que ser reduzido. A população anseia por menos cargos de confiança, por mais meritocracia na administração pública e por mais resultados concretos dos programas de governo.
Além disso, é necessário que discutamos um novo pacto federativo. Não podemos continuar a ter os recursos concentrados na União. Estados e municípios precisam de dinheiro para cumprir com as sua obrigações na implementação de políticas públicas e parar de vir a Brasília com o pires na mão por não terem recursos próprios.
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E o que dizer, então, da reforma política? Quando as pessoas foram às ruas, o governo acenou com a reforma. Agora, não se ouve o Planalto falar mais dela, como se fosse algo pouco importante. No entanto, vale ressaltar que o Senado já discute o tema ao debater a proposta da minirreforma eleitoral.
Aquilo porque a sociedade brasileira clama é por um governo mais protagonista, mais proativo, que se antecipe, que aja e não apenas reaja às demandas populares.
A crise que vivenciamos é uma crise de gestão pública. Arrecadamos muita quantidade e devolvemos serviços de baixa qualidade. Também é isso que tem causado reação da sociedade. A população brasileira sabe que o governante precisa de alianças para poder governar. Mas os cidadãos também entendem que estas alianças exigem um líder que tenha em mente sempre os objetivos finais aos quais conduz sua coalizão, mas que não se deixa conduzir por seus aliados.
Embora lamente a atuação tímida e reativa do governo, faço votos que estes próximos meses sejam melhores, afinal sempre é possível fazer a história diferente.
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