Diante da recusa do governo em acatar as pautas não-salariais da categoria, o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) anunciou a adoção de operação-padrão dentro da instituição a partir desta segunda-feira (17). Os servidores exigem que seja feita a reestruturação das carreiras internas do BC antes da realização de um novo serviço público.
A reestruturação é uma demanda antiga do Sinal, que desde o início do ano procura avançar na pauta junto à ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck. Os servidores do BC exigem a mudança do cargo de analista para o de auditor, bem como a exigência de diploma de ensino superior para candidatos ao cargo de técnico, que hoje exige apenas o ensino médio.
Na última terça-feira (11), porém, Dweck afirmou que não planeja avançar nessas duas pautas, avaliando que existem outros órgãos do governo com urgência para a reestruturação, como é o caso da Agência Nacional de Mineração (ANM) e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). No caso do BC, a prioridade seria a realização de serviços públicos.
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Os servidores do Sinal adotam operação-padrão (também conhecida como operação-tartaruga) desde o dia 3, com adesão de 50% de seus quadros, o que já atingiu o andamento de projetos do setor tecnológico do banco. Com o recrudescimento, o presidente do sindicato, Fábio Faiad, espera fortalecer esse efeito. “Eventos, atrasos e interrupções em diversos outros serviços do BC podem se tornar cada vez mais frequentes e se espraiar mesmo para os departamentos que ainda não foram atingidos”, alertou.
Faiad defende que a realização de concurso sem antes passar pela reforma interna do banco não resolveria a falta de quadros técnicos. “Dentro de um cenário de sucateamento da autarquia e de desmotivação funcional, o concurso público atrairia candidatos com formação educacional de segundo grau ou interessados em usar o BC apenas como trampolim para outras carreiras com remuneração superior”, afirmou.
Com as mudanças propostas, ele já entende que “o concurso atrairia candidatos com maior nível de escolaridade e a autarquia conseguiria manter em seus quadros os novos servidores com maior qualificação”
PublicidadeO sindicato também pede que seja aberta uma mesa de negociação com o Ministério da Fazenda para tratar de suas pautas. “Sem que a Fazenda abra um canal de diálogo com as entidade que representam o corpo técnico do BC, a atmosfera no BC tende a ficar insustentável, colocando em risco as entregas da autarquia à sociedade e o cumprimento de sua missão institucional”, alegou o líder sindical.
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