Em julho de 2022, um ex-funcionário da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) chegou a chamar o então presidente da fundação, Marcelo Xavier, de “miliciano” e dizer que ele era responsável pelas mortes de Bruno Pereira e de Dom Phillips.
Nesta sexta-feira (19), foi divulgado que a Polícia Federal (PF) indiciou Xavier pelo caso, por omissão – segundo a PF, ele recebeu notificações que indicavam o perigo que Bruno e Dom corriam, mas não tomou providências.
Assista ao vídeo abaixo.
A cena foi na 16ª Assembleia Geral do Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e o Caribe (Filac), na Espanha. Aos gritos, o ex-servidor da Funai Ricardo Rao acusou Xavier de ser miliciano e responsável pelas mortes de Bruno e Dom: “Ele é responsável pela morte de Bruno (Pereira) e Dom Phillips. Você é um miliciano, bandido”.
Na época, a Funai divulgou uma nota repudiando o caso. Disse que “tais atitudes são irresponsáveis, violentas e antidemocráticas, inviabilizando, assim, qualquer tipo de diálogo sadio e producente, que deve ser sempre pautado no respeito entre as partes”. Leia abaixo:
Publicidade“A Fundação Nacional do Índio (Funai) vem a público manifestar repúdio aos ataques verbais proferidos contra o presidente da fundação, Marcelo Xavier, nesta quinta-feira (21), em Madri, na Espanha, durante a XVI Assembleia Geral Extraordinária do Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e do Caribe (Filac).
A Funai lamenta o ocorrido e destaca que tais atitudes são irresponsáveis, violentas e antidemocráticas, inviabilizando, assim, qualquer tipo de diálogo sadio e producente, que deve ser sempre pautado no respeito entre as partes. A fundação entende que não se constroem políticas públicas na base de ofensas e argumentos destituídos de fundamento e provas. Tais atitudes não são compatíveis com o Estado Democrático de Direito.
A fundação informa ainda que, sobre o caso, foram tomadas providências junto à Polícia Judiciária da Espanha. É importante ressaltar que, por motivos de segurança, o presidente da Funai optou por sair voluntariamente do local do evento, dada a atitude hostil e agressiva do manifestante. Inclusive, os lamentáveis ataques serão objeto de ação judicial por crime contra a honra e ação de indenização por danos morais.
O manifestante que proferiu de forma agressiva os ataques verbais foi funcionário da Funai até o ano de 2020, tendo sido exonerado na ocasião por não ter cumprido as condições de estágio probatório. Por fim, a fundação reforça que, enquanto instituição pública, calcada na supremacia do interesse público, não coaduna com nenhum tipo de conduta ofensiva, repudia qualquer forma de desrespeito e segue aberta ao diálogo com os diferentes setores da sociedade.”
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