Ministros da gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) se preparam para deixar os cargos no próximo dia 31 de março, último dia útil do mês. Pela Lei Complementar nº 64/1990, autoridades do Executivo devem deixar o cargo no prazo de até seis meses antes de concorrerem às eleições gerais. A data máxima, neste ano, é o dia 2 de abril.
Até o momento, sete ministros já confirmaram que deixarão o governo para disputar as eleições: Flávia Arruda (Secretaria de Governo); Gilson Machado (Turismo); Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia); Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência); Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional); Tarcísio Freitas (Infraestrutura); e Tereza Cristina (Agricultura).
Flávia, Gilson, Rogério e Tereza devem concorrer ao Senado pelo Distrito Federal, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Mato Grosso do Sul, respectivamente. Onyx concorrerá ao governo do Rio Grande do Sul, enquanto Tarcísio tentará o Executivo de São Paulo. Marcos Pontes concorrerá a deputado federal pelo mesmo estado.
O ministro da Cidadania, João Roma, ainda está com o futuro incerto. Por conta de alianças políticas regionais do próprio partido (Republicanos), o ministro não encontra muito apoio para concorrer ao governo da Bahia e pode acabar desistindo da ideia.
A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, desistiu de concorrer ao Senado pelo Amapá. Damares estava encontrando resistências para se filiar a um partido devido à influência do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) no estado. O ex-presidente do Senado é favorito a conquistar a única vaga em jogo este ano.
Outro cotado para sair é o ministro da Defesa, Braga Netto. Bolsonaro já deu indícios de que o general será o seu candidato a vice na campanha de reeleição, mas ainda não confirmou o nome. Com a reforma ministerial às vésperas das eleições, Bolsonaro deverá privilegiar servidores de carreira das pastas em vez de políticos. Os nomes mais cotados para assumirem como ministros são os secretários-executivos de cada pasta, salvo algumas exceções.
PublicidadeConfira os nomes cotados para assumirem os ministérios:
Secretaria de Governo – Célio Faria Júnior (chefe do gabinete pessoal de Bolsonaro)
A Secretaria de Governo é um dos poucos ministérios que não devem ir para o secretário-executivo. O nome mais cotado é o de Célio Faria Júnior, chefe do gabinete pessoal do presidente da República. De atuação discreta, é o responsável por organizar a agenda de Bolsonaro.
Célio Faria foi da assessoria de Relações Institucionais da Marinha por 12 anos. Foi nomeado em 2019 para a assessoria especial do presidente da República e nomeado chefe do gabinete pessoal em outubro de 2020. Indicação pessoal do presidente, Bolsonaro planejar recuperar uma das cadeiras que precisou ceder ao “centrão” em 2021.
Ministério do Turismo – Marcos José Pereira (secretário-executivo)
Marcos José Pereira foi nomeado secretário-executivo em junho de 2021. Anteriormente, era diretor de ações socioambientais no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações – Sergio Freitas de Almeida (secretário-executivo)
Sérgio Freitas de Almeida foi nomeado em maio de 2021. O engenheiro eletricista foi funcionário de carreira do Tribunal de Contas da União (TCU) por cerda de 25 anos, antes de ir para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
Ministério do Trabalho e Previdência – José Carlos Oliveira (presidente do INSS)
O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), José Carlos Oliveira, é cotado para substituir o ministro Onyx Lorenzoni. O ministério havia sido extinto no começo da gestão Jair Bolsonaro, com as atribuições remanejadas para o Ministério da Economia.
Em julho de 2021, para atender aos pedidos do Centrão, Bolsonaro realizou uma dança das cadeiras ministerial e recriou o ministério para acomodar Onyx, até então na Secretaria-Geral.
Ministério do Desenvolvimento Regional – Daniel de Oliveira Duarte Ferreira (secretário-executivo)
Rogério Marinho indicou o secretário-executivo, Daniel de Oliveira Duarte Ferreira, para assumir o Ministério do Desenvolvimento Regional. Daniel Ferreira é engenheiro civil e especialista em gestão e orçamento público.
O secretário-executivo foi nomeado para o cargo em maio de 2021. Anteriormente, foi diretor na Secretaria Nacional de Habitação, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional.
Ministério da infraestrutura – Marcelo Sampaio (secretário-executivo)
Homem de confiança de Tarcísio Freitas, Marcelo Sampaio é um nome praticamente já confirmado para assumir como ministro. O secretário-executivo da Infraestrutura é engenheiro.
Além de ser o número dois de Tarcísio, Marcelo também é próximo de outro ministro: é casado com a filha do general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo.
Ministério da Agricultura – Marcos Montes (secretário-executivo)
Marcos Montes é indicado pela ministra Tereza Cristina para sucedê-la no cargo. Outro nome cogitado para o ministério era o do senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS), mas o parlamentar concorrerá ao governo do Rio Grande do Sul.
Marcos Montes é ex-deputado federal pelo PSD de Minas Gerais e ocupa o cargo de secretário-executivo da Agricultura desde 2019. Ele e Tereza tem parceria desde os tempos em que ambos eram parlamentares e lideravam a Frente Parlamentar da Agropecuária.
Ministério da Defesa – Paulo Sérgio Nogueira (comandante do Exército)
Caso Braga Netto realmente entre como vice na chapa para a reeleição de Bolsonaro, a tendência é que o atual comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira, assuma o cargo de ministro.
O general foi escolhido quando Braga Netto entrou para o ministério, em março de 2021. Na época, os comandantes anteriores das Forças Armadas entregaram os cargos após a demissão de Fernando Azevedo e Silva. Os comandantes reagiram à pressão política de Bolsonaro.
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