Levantamento Genial/Quaest divulgado nesta quarta-feira (10) revela melhora na avaliação do governo e do presidente Lula, que atingiu seu saldo mais positivo no ano. A aprovação se descolou da reprovação. O presidente melhorou seus indicadores em públicos nos quais sempre enfrentou resistência, como os evangélicos e os eleitores do Centro-Oeste.
De acordo com a pesquisa, a aprovação do governo Lula saltou de 50% para 54%, em maio, e a desaprovação caiu de 47% para 43%. Outros 4% não sabem ou não responderam. Os indicadores são semelhantes aos atingidos pela atual gestão em dezembro do ano passado. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Foram ouvidas 2 mil pessoas com 16 anos ou mais em 120 municípios entre os dias 5 e 8 de julho.
No levantamento anterior, feito em maio, havia empate técnico entre a aprovação e a reprovação ao governo.
“O desempenho positivo foi puxado especialmente pela melhora entre quem tem renda familiar de até 2 salários: a aprovação foi de 62% para 69%, enquanto a desaprovação foi de 35% para 26%. Nos outros estratos de renda não houve variação significativa”, diz o diretor da Quaest Pesquisa e Consultoria, o cientista político Felipe Nunes.
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A pesquisa também mostra melhora na avaliação de Lula entre as mulheres. No começo do ano, a diferença entre aprovação e desaprovação, nesse grupo, era de apenas seis pontos. Essa diferença triplicou e foi para 18 pontos. Entre os homens, permanece um empate técnico dentro da margem de erro.
Entre os evangélicos, a aprovação do governo também melhorou. Em fevereiro, a desaprovação era 27 pontos maior que a aprovação nesse segmento. Agora é de dez pontos percentuais. “Embora seja impossível determinar uma única razão para o crescimento na aprovação do governo, a melhora na percepção da economia entre os mais pobres (diferença entre melhorou e piorou saiu de -1 para +13 entre fev e jul/24) sugere que uma parte da explicação possa estar aí”, explica Felipe Nunes.
PublicidadeSegundo o cientista político, o que reforça essa tese é o fato de que a economia está perdendo protagonismo como o principal problema do país. De um ano pra cá, caiu de 31% para 21% o percentual daqueles que afirmam que a economia é o principal problema, enquanto passou de 10% para 19% quem acha que é a segurança.
As falas duras do presidente contra os juros altos e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também repercutiram positivamente para Lula. “E a população concorda com as falas do Lula: salários deveriam subir acima da inflação (90%), juros no Brasil são muito altos (87%), carne consumida pelos mais pobres deveria ser isenta de impostos (84%) e o governo não deve satisfação ao mercado (67%)”, observa Felipe Nunes. “Outra forma de mostrar que as aparições de Lula têm provocado boa recepção por parte da maioria da sociedade, é que 66% concordam com as críticas de Lula à política de juros do Banco Central”, acrescenta.
A pesquisa também mostra que a população não atribui às falas de Lula o aumento do dólar registrado nas últimas semanas (53%).
A Quaest também perguntou como os entrevistados avaliam o governo Lula de forma geral. De acordo com o levantamento, 36% avaliam o governo positivamente, enquanto 30% avaliam negativamente, o mesmo percentual dos que veem como regular.
Veja os indicadores na galeria abaixo:
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