O Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) trabalha para que o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub se candidate ao governo de Santa Catarina em 2022. O presidente da legenda no estado, Alexander Brasil, afirma que Weintraub, que hoje ocupa um cargo no Banco Mundial, terá à sua disposição a legenda de Roberto Jefferson, uma das mais fiéis ao bolsonarismo, em um estado tradicionalmente conservador.
Alexander participou, nesta quarta-feira (28), de uma live no próprio canal de Weintraub, que tinha como tema os valores conservadores de Santa Catarina. Segundo o diretor partidário, o ex-ministro demonstrou surpresa com a proposta, e disse que pensaria no assunto.
O catarinense, no entanto, já conjectura como pode se desenrolar o planejamento da campanha. O maior desafio seria fazê-lo concorrer pelo estado e não por São Paulo (terra natal do ex-ministro) – onde há inclusive perfis em redes sociais que aventam a proposta. “O cenário em São Paulo é muito mais desafiador, principalmente pela estrutura da máquina que existe lá em relação ao PSDB, que tem a capital, que tem o estado e diversos municípios. Muitos municípios equivalem a estados, a capital equivale a um estado e o estado equivale a um país”, comparou.
“Santa Catarina, com certeza, por não querer quebrar uma estrutura tão forte do PSDB, seria mais fácil de transitar – lógico que com o desafio de ele não ser daqui”, ponderou. Pelo planejamento da legenda, o deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PSL-SP), hoje em seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados, deve concorrer em São Paulo.
O convite a Weintraub contou com a anuência do presidente nacional da legenda, Roberto Jefferson. “Nós temos aí um ano, pouco mais de um ano até as eleições. Daria tempo para ele entender e sobra como funciona a estrutura de Santa Catarina”, disse o presidente estadual do PTB.
Para concorrer ao cargo, Weintraub teria de abrir mão do cargo que tem atualmente, como representante do Brasil no Banco Mundial, em Washington. Ele foi indicado para o cargo pelo presidente Jair Bolsonaro há dez meses, logo após deixar o cargo de ministro da Educação, que manteve por 14 meses. O estopim de sua demissão foi a sua manifestação na reunião ministerial de 22 de abril de 2020, quando sugeriu a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Havia o risco que, sem o cargo de ministro e ainda no Brasil, Weintraub pudesse ser preso por suas manifestações.
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