O presidente Jair Bolsonaro foi intimado pela Polícia Federal a prestar depoimento no inquérito sobre o vazamento de dados de uma investigação sobre um ataque hacker aos sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018. As informações são da coluna Painel, da Folha de S.Paulo.
Segundo a colunista Camila Mattoso, a apuração foi solicitada pelo TSE pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, mediante pedido inicial da delegada Denisse Ribeiro.
Bolsonaro usou o conteúdo do inquérito em uma entrevista em 4 de agosto para atacar sem provas a segurança das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral brasileiro. Denisse pediu para ouvir o presidente após ouvir o delegado responsável pelo inquérito, afastado por Moraes, e o deputado bolsonarista Filipe Barros (PSL-PR), que teve acesso ao material.
É a segunda vez que Bolsonaro é chamado pela PF. A primeira foi no inquérito que apura a suspeita de interferência no órgão, acusação feita pelo ex-ministro Sergio Moro. Os policiais federais apuram como o deputado tomou conhecimento do processo sigiloso em andamento na superintendência do Distrito federal. Barros alega que o inquérito não era sigiloso e que o caso chegou ao seu gabinete por meio de uma denúncia na comissão do voto impresso, da qual era relator.
A entrevista em que o deputado e o presidente divulgaram as informações sigilosas ocorreu após uma live em que Bolsonaro levantou suspeitas sobre a segurança das urnas. Dias depois, em sete de setembro, o presidente atacou o ministro Alexandre de Moraes em discurso na Esplanada dos Ministérios. O ex-presidente Michel Temer interveio e, no dia seguinte, Bolsonaro baixou o tom dos ataques. Ele, no entanto, voltou a mirar Moraes nas últimas semanas.
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