Um dia após ser anunciado como novo ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni apontou em entrevista à Gaúchazh, nesta sexta-feira (14), que a reformulação do projeto Bolsa Família é um dos desafios que enfrentará à frente da nova pasta.
Onyx vai deixar comando da Casa Civil para assumir o Ministério da Cidadania, até então comandado por Osmar Terra. A confirmação do troca-troca na Esplanada dos Ministério foi confirmado ontem pelo presidente Jair Bolsonaro.
>Bolsonaro confirma general na Casa Civil e Onyx na Cidadania
O ministro afirmou que tem como “missão” transformar o Bolsa Família para que “não tenha só porta de entrada, mas que tenha uma porta de saída”. Segundo ele, esta porta de saída aconteceria por meio da “construção da dignidade da família que se dá pelo trabalho”.
Leia também
Entre as mudanças previstas citadas por Onyx está a cobrança da presença escolar como condição para que os beneficiários recebam o valor previsto. Essa regra, no entanto, já existe, uma vez que o pagamento está condicionado à presença mínima mensal de 85% nas aulas dos alunos de seis a 15 anos e de 75% dos adolescentes entre 16 e 17 anos.
“A gente não quer voto de cabresto, a gente não quer criar dependência”, afirmou o ministro, atacando governos anteriores, acusados de terem usado o programa como ferramenta política para angariar votos.
PublicidadeO programa Bolsa Família enfrenta problemas desde o ano passado, época em que a lista de espera para novos beneficiários, até então zerada, voltou a crescer e hoje chega a quase 1 milhão de pessoas. Atualmente o programa tem o mais baixo índice de novos beneficiários da sua história.
Troca-troca ministerial
O ministro afirmou ser leal ao presidente e diz estar feliz com a “nova missão”. Segundo ele, a troca no comando da Casa Civil é uma mudança estratégica de Bolsonaro, que busca “maior solidez nas relações com as Forças Armadas”. “O meu projeto político se chama Jair Bolsonaro”, reforçou.
O cargo de chefe da Casa Civil vai passar para as mãos do General Braga Netto, responsável por liderar a intervenção militar, no Rio de Janeiro, em 2018. Dessa forma, todos os ministérios ligados à Presidência da República vão passar a ser comandados por militares.
Fazendo analogias com o futebol, o ministro compara as mudanças nos comandos das pastas com mudanças de posições em campo em um jogo de futebol. Para Onyx, enquanto estava sob o comando da Casa Civil, atuava em uma posição como a de um zagueiro, onde sua função era proteger a presidência, ou o “gol”. Agora, com a mudança, torna-se atacante, “o presidente quer que eu vá lá pra frente pra fazer gol”, afirma.
Quando questionado sobre as mudanças nas atribuições da Casa Civil, o ministro respondeu que “continuou [Casa-Civil] com suas atribuições. Ganhou em julho do ano passado o centro de governo mais formal que o TCU [Tribunal de Contas da União] exigia há mais de cinco anos. Aqui tem trabalho exaustivo”, explicou o ministro.
> Frente parlamentar se arma contra reforma que atingirá servidor público