O ministro da Justiça, Flávio Dino, refutou nesta quinta-feira (9/11) que tenha havido ingerência estrangeira na operação da Polícia Federal que prendeu dois brasileiros suspeitos de ligação com o grupo extremista Hezbollah. Ontem, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, atribuiu a ação a uma parceria entre o governo do Brasil e o Mossad, órgão de inteligência israelense. Sem citar o nome do premiê ou qualquer autoridade, Dino destacou que não aceita que a instituição seja usada para fins políticos e que as investigações começaram antes mesmo do conflito no Oriente Médio.
“O Brasil é um país soberano. A cooperação jurídica e policial existe de modo amplo, com países de diferentes matizes ideológicos, tendo por base os acordos internacionais. Nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal do Brasil. E nenhum representante de governo estrangeiro pode pretender antecipar resultado de investigação conduzida pela Polícia Federal, ainda em andamento. Quem faz análise da plausibilidade de indícios que constam de relatórios internacionais são os delegados da Polícia Federal, que submetem pedidos ao nosso Poder Judiciário”, escreveu Dino no X (antigo Twitter).
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O ministro disse que a PF ainda vai apresentar suas próprias conclusões sobre as investigações. “Apreciamos a cooperação internacional cabível, mas repelimos que qualquer autoridade estrangeira cogite dirigir os órgãos policiais brasileiros, ou usar investigações que nos cabem para fins de propaganda de seus interesses políticos. Quando legalmente oportuno, a Polícia Federal apresentará ao Poder Judiciário do Brasil os resultados da investigação técnica, isenta e com apoio em provas analisadas EXCLUSIVAMENTE pelas autoridades brasileiras”, acentuou.
Desde o início do conflito, com ataque do Hamas a israelenses em 7 de outubro, mais de 10 mil pessoas foram mortas na guerra. A grande maioria do lado palestino.
Ontem Netanyahu destacou a participação do serviço de inteligência israelense na operação. “O Mossad agradece os serviços de segurança brasileiros pela prisão de uma célula terrorista operada pelo Hezbollah para atacar alvos israelenses e judeus no Brasil”, afirmou o premiê.
De acordo com a PF, brasileiros foram recrutados e eram financiados pela organização extremista islâmica. Duas pessoas foram presas em São Paulo e há mandados de prisão contra dois brasileiros que estão no Líbano.
Publicidade1.O Brasil é um país soberano. A cooperação jurídica e policial existe de modo amplo, com países de diferentes matizes ideológicos, tendo por base os acordos internacionais.
2.Nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal do Brasil. E nenhum representante de governo…— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) November 9, 2023