O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta sexta-feira (7) que a pasta não é responsável pelo vazamento de dados de médicos defensores da vacinação de crianças de cinco a 11 anos contra a covid-19. Ao todo, três profissionais tiveram seus dados pessoais vazados na internet e compartilhados em grupos bolsonaristas.
Questionado sobre o posicionamento da pasta, Queiroga afirmou: “Eu sou ministro da saúde, eu não sou fiscal de dados”.
Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Marco Aurélio Sáfadi, da Sociedade Brasileira de Pediatria, e Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, participaram da audiência pública, realizada na última terça-feira (4), e argumentaram em favor da imunização de crianças e sem a necessidade de apresentar prescrição médica. Desde o vazamento das informações pessoais, os médicos vêm sofrendo ataques e ameaças.
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Antes de participarem do evento, os especialistas preencheram declarações de conflito de interesses e indicaram para quais empresas já prestaram serviços. Foi justamente este documento que vazou na íntegra, com os dados do CPF, e-mail e celular dos médicos. A deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) afirmou que teve acesso as declarações e as repassou em grupos de WhatsApp.
“Compartilhei em um grupo de zap [Whatsapp] de médicos. Quando me avisaram no Ministério da Saúde que alguém havia postado, pedi imediatamente que quem o fez removesse. Mas o ministério me informou que os documentos iriam para o site. Por isso entendi que eram públicos”, disse a parlamentar.
Questionado sobre o assunto, o ministro da Saúde afirmou não saber como a parlamentar teve acesso aos documentos. “Os conflitos de interesse de qualquer um que participa de discussões relativas a políticas públicas têm que ser declarados e têm que ser publicados. Eu não estava na audiência pública, você tem que questionar a deputada Bia Kicis”, justificou.
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