O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) realizou novo protesto nesta quinta-feira (30) contra a alta dos preços e a fome no governo Bolsonaro. Dessa vez, o alvo foi a mansão avaliada em R$ 6 milhões comprada pelo senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) em março deste ano.
O ato foi iniciado por volta das 9h da manhã e contou com a presença de algumas famílias que integram o movimento. Os manifestantes permaneceram com faixas no gramado da casa, localizada no Setor de Mansões Dom Bosco, no Lago Sul, bairro nobre de Brasília.
Durante a ação, o grupo leu um manifesto de denúncias e exigiu ações concretas do governo para o fim da fome, além de defender o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. “Enquanto o povo está na fila do osso, a família Bolsonaro esbanja luxo com dinheiro duvidoso”, escreveu no Twitter o ex-presidenciável Guilherme Boulos, líder do MTST.
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A Polícia Militar do Distrito Federal foi acionada e chegou ao local por volta das 10h, quando os manifestantes decidiram encerrar os protestos. Em um trecho do manifesto, o MTST justifica a escolha do local:
“Se o escândalo da casa da Dinda foi pivô da queda de Collor e a farsa do triplex foi usada para prender injustamente Lula, o caso da Mansão da Rachadinha de Flávio Bolsonaro é mais do que um símbolo de que a mamata e a corrupção nunca estiveram tão vivas”, diz o texto.
Há uma semana, o movimento invadiu a B3, sede da Bolsa de Valores de São Paulo, para protestar contra a fome e a precarização do trabalho. Segundo o grupo, as manifestações fazem parte de uma jornada de atos batizada de “tá tudo caro, a culpa é do Bolsonaro”.
PublicidadeVeja imagens das manifestações:
Abaixo o tuíte de Boulos sobre o protesto:
URGENTE! O MTST faz manifestação agora na mansão de R$6 milhões de Flavio Bolsonaro. Enquanto o povo está na fila do osso, a família Bolsonaro esbanja luxo com dinheiro duvidoso.
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) September 30, 2021
Veja a íntegra do manifesto do MTST:
“Bolsonaro chegou à presidência prometendo acabar com a mamata e a corrupção e com isso resolver os problemas do Brasil. Pouco mais de 1000 dias de Governo depois, o povo passa fome, a inflação dispara, assim como o patrimônio da sua família e as investigações de casos de corrupção.
No momento em que o país passava o pior momento da pandemia, seu filho, Flávio Bolsonaro, conhecido como Zero Um, adquire esta mansão, no valor de R$ 6 milhões, um valor que é quase 4 vezes maior que o seu patrimônio declarado em 2018. Não é nenhuma novidade que a única coisa que a família Bolsonaro fez bem nessas décadas de política foi montar esquemas e multiplicar seus imóveis. Mas é indignante que isso aconteça sobre os corpos de mais de 580 mil brasileiros e enquanto 19 milhões passam fome!
Se o escândalo da casa da Dinda foi pivô da queda de Collor e a farsa do triplex de foi usada para prender injustamente Lula, o caso da mansão da rachadinha de Flávio Bolsonaro é mais do que um símbolo de que a mamata e a corrupção nunca estiveram tão vivas.
O governo que acabou com o Minha Casa, Minha Vida e vetou a lei que proibia despejos na pandemia tem que acabar urgentemente! Por isso, o MTST está aqui hoje, representando milhões de brasileiros que querem justiça! Se tudo tá caro, a culpa é de Bolsonaro! O povo não aguenta mais!
#ForaBolsonaro”
Senador diz que ato é “campanha eleitoral antecipada”
Horas depois do ato, o senador se manifestou em suas redes sociais. Flávio indicou que não estava na casa, indo para o Rio de Janeiro horas antes. “Fui surpreendido com a notícia de que havia um ato do MTST na porta da minha casa aí em Brasília, com uma série de acusações, de fake news, já antecipando a campanha de 22 com conluio de algumas emissoras que instantaneamente sabiam do ato”, disse, em um vídeo em suas redes sociais.
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Flávio disse que os manifestantes foram até a porta da sua casa mentir. “Muitos deles que certamente só tiveram o que comer por causa do trabalho e ao auxílio emergencial dado pelo presidente Bolsonaro àquelas pessoas mais necessitadas”, comentou, sem revelar o fato de que o governo pressionou por valores menores do auxílio emergencial, assim como foi pressionado a manter o programa depois que as primeiras parcelas foram pagas. O senador ainda ironizou o fato de que os manifestantes não invadiram sua casa – “Felizmente ninguém entrou na minha casa, senão a história podia ser diferente, e não acabar bem”.
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