A deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) reassumiu, nesta quarta-feira (4), o Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, pasta que comandou entre 2003 e 2008. Em seu discurso de posse, Marina afirmou que a “política ambiental brasileira está no mais alto nível de prioridade do governo”.
No novo governo, o MMA aumentou de nome e passará a contemplar as mudanças climáticas, que se tornaram uma das maiores preocupações do planeta, com o aquecimento global. “Esse aumento nominal tem uma razão que não é retórica. Queremos destacar aquele que é talvez o maior desafio global vivido pela humanidade atualmente. Pessoas, ecossistemas, se mostram cada vez menos resistentes. E como sempre, os mais pobres são os mais afetados”, explicou a ministra.
Segundo a ministra, o último governo foi marcado por um verdadeiro esvaziamento das funções do ministério, que foram repassadas para outros órgãos. “Boiadas passaram num lugar onde deveriam passar apenas políticas de proteção ambiental. O estrago não foi maior porque a sociedade, servidores públicos e alguns parlamentares se colocaram à frente desse processo de desmonte”, destacou.
Marina anunciou a criação da Secretaria Extraordinária de Combate ao Desmatamento. Segundo a ministra, os últimos anos foram marcados pelo “desmatamento descontrolado” e pelas “terras indígenas e unidades de conservação à mercê do crime ambiental” e a maior marca do trabalho da nova secretaria será quando sua função não for mais necessária e não houver mais desmatamento no país.
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A expectativa para a posse da ministra era tão grande que a cerimônia foi transferida do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) para o Palácio do Planalto. Ainda assim, a quantidade de convidados e interessados em assistir superou as expectativas, e o cerimonial do Planalto precisou instalar um telão do lado de fora do palácio para que os presentes pudessem acompanhar a solenidade.
Marina chegou ao Palácio do Planalto acompanhada do vice-presidente Geraldo Alckmin e da primeira-dama, mulher do presidente Lula, Janja da Silva.
PublicidadeAlvo do desmonte
A nova ministra terá como missão recuperar uma das áreas mais atingidas pelo desmonte do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na gestão Bolsonaro, quase todos os índices da área atingiram patamares preocupantes, como o desmatamento na Amazônia. O ex-ministro Ricardo Salles chegou a afirmar, durante a pandemia, que seria a hora de “deixar passar a boiada” com a intenção de afrouxar regras de preservação ambiental.
Além ter sido ministra do Meio Ambiente, Marina foi senadora do Acre, entre os anos de 1995 e 2011 e disputou, em três ocasiões, a Presidência da República. Em 2010 pelo PV, em 2014, pelo PSB, e em 2018, pela Rede.
A solenidade também foi prestigiada pelos ministros da Casa Civil, Rui Costa; das Mulheres, Cida Gonçalves; o presidente do Senado Federal em exercício, senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB); a neta do ambientalista Chico Mendes, Angélica Mendes; e lideranças indígenas.
Rui Costa garantiu que a Presidência da República atuará para que o “o meio ambiente seja visto de forma transversal em todos os ministérios”. O ministro também assegurou que o MMA atuará nas etapas de todos os projetos do governo, desde a concepção, para assegurar que todos estejam de acordo com o desenvolvimento sustentável e proteção ambiental.
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