O presidente eleito Lula pretende trabalhar com cerca de 30 ministérios e secretarias com igual status no início do seu terceiro mandato. O número deverá ser próximo ao de sua primeira gestão, quando começou com 30, e menor que o do segundo governo, iniciado com 35. Os nomes dos novos ministros serão anunciados nos próximos dias, por etapas.
Abaixo, uma projeção dos possíveis ministérios, ainda sujeitos à palavra final de Lula, aponta para 32 pastas. A ideia de dar à área de segurança pública um ministério independente, conforme anunciado na campanha, parece ter sido definitivamente abandonada, a pedido do provável ministro da Justiça, Flávio Dino.
Veja a lista dos prováveis ministérios de Lula:
Lula tem feito segredo das suas escolhas, mas ao menos quatro auxiliares são dados como certos por interlocutores próximos ao presidente, conforme apuração do Congresso em Foco: além de Dino, na Justiça, Fernando Haddad (Fazenda), José Múcio (Defesa) e Marco Aurélio de Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência).
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O presidente eleito tem conversado com partidos que não apoiaram sua candidatura, como o União Brasil, o PSD e MDB, para integrar o seu governo. A definição do ministério também passa pela construção da base de apoio dele no Congresso. Por causa dessas articulações, há possibilidade de alguma mudança de última hora no desenho do ministério.
A intenção é contemplar novos e antigos aliados com cargos. Mas o PT, do próprio presidente, e o PSB, do vice Geraldo Alckmin, devem ter espaço privilegiado na Esplanada.
O presidente Jair Bolsonaro, que se elegeu prometendo trabalhar com “no máximo 15 ministérios”, começou com 22 pastas e terminará o mandato com 23. Integrantes da equipe de transição alegam que as mudanças a serem feitas pelo novo governo não terão impacto econômico, já que alguns ministérios serão apenas desmembrados de outros para gozar de maior autonomia financeira e protagonismo político.
É o caso, por exemplo, do Ministério do Planejamento, que desde janeiro de 2019 faz parte do Ministério da Economia. Com Lula, a pasta hoje comandada por Paulo Guedes voltará a ser o Ministério da Fazenda. O Ministério do Trabalho e Previdência, retirado da Fazenda para contemplar Onyx Lorenzoni em uma das reformas ministeriais de Bolsonaro, deverá dar lugar a duas pastas, cada uma tratando da respectiva temática.
Lula também quer dar maior visibilidade e poder de atuação a ministérios da área social, com a criação inédita da pasta dos Povos Originários, voltada para a população indígena, e a recriação dos ministérios de Direitos Humanos, da Igualdade Racial e de Políticas para Mulheres.
A Pesca, que hoje tem status de secretaria dentro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, também deve voltar a ter estrutura independente. Desde a redemocratização do país, o governo que começou com o menor número de ministérios foi o de Fernando Collor, com 14, e o de maior quantidade de pastas foi a segunda gestão de Dilma Rousseff, com 39. Curiosamente, os dois foram os únicos presidentes cassados em processo de impeachment na história do país.
Líderes petistas argumentam que o aumento de ministérios, além do baixo impacto financeiro, permitirá melhorar o desempenho das diversas políticas públicas.