Nesta segunda-feira (27), o presidente Lula participou do evento de início da campanha de vacinação das doses bivalentes contra a covid-19, feitas para prevenir tanto a doença original quanto suas variantes mais recentes. Na cerimônia, recebeu uma dose do imunizante, aplicada pelo vice-presidente e médico anestesista Geraldo Alckmin. Após a aplicação, o presidente exibiu à multidão seu cartão de vacinação.
O gesto de Lula serviu para contrapor a postura adotada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. O antigo chefe de Estado impôs sigilo de 100 anos sobre seu cartão de vacinação, e passou seu mandato afirmando publicamente que não recebeu a vacina contra a covid-19. Os imunizantes foram assunto constante de seus discursos, em que se pronunciava contra sua obrigatoriedade e disseminava notícias falsas visando alimentar o medo de sua utilização.
Em meados de fevereiro, vazou uma cópia do cartão de vacinação de Jair Bolsonaro, cuja veracidade foi confirmada pela Corregedoria-Geral da União (CGU), que investiga se houve adulteração do documento registrado oficialmente. Nele, consta que o ex-presidente recebeu a vacina em junho de 2021, ano em que se atingiu o momento mais intenso do contágio da covid-19.
Lula já adota o discurso oposto, adotando como uma das metas de seu governo a retomada da cobertura vacinal de antes da gestão anterior, marcada por queda na distribuição de imunizantes de doenças até então erradicadas, como poliomielite e varíola. “Mais importante do que isso [oferta de vacina] é a gente ter consciência de que o Brasil já foi o país campeão mundial de vacinação. O Brasil era o país mais respeitado no mundo pela capacidade e pela qualidade das nossas enfermeiras e enfermeiros de dar injeção em todo o povo brasileiro”, relembrou no evento.
Além de exibir seu cartão, com registro de quatro doses da vacina comum e uma da bivalente, Lula se pronunciou em apelo à adesão pelas vacinas. “Que a gente não acredite no negacionismo. Que a gente não acredite nas bobagens que se fala contra a vacina. Você pode até não gostar de si e não querer tomar a vacina, mas você tem a obrigação de gostar do seu filho, da sua filha, da sua mãe, do seu pai. É importante a gente garantir que as pessoas tomem a vacina para evitar uma desgraça maior na nossa vida”, declarou.
Lula também se referiu, sem citar o nome, ao discurso de Bolsonaro de defender a não obrigatoriedade dos imunizantes. “Não tomar vacina é um direito de qualquer um. Mas tomar vacina é um gesto de responsabilidade”, defendeu.
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