Na manhã desta segunda-feira (10), o presidente Lula participou de uma reunião no Palácio do Planalto com reitores de universidades e institutos federais de diversos estados brasileiros, visando anunciar a liberação de recursos para um novo programa de obras para a educação. Na cerimônia, se pronunciou sobre a greve dos professores do ensino superior, que acontece desde abril. De acordo com ele, é chegado o momento de encerramento da paralisação.
Confira o encontro:
Desde o dia 15 de abril, mais de 29 universidades e institutos federais se encontram em estado de greve, cobrando principalmente o reajuste salarial para recompor a perda acumulada desde 2016, quando foi realizado o último aumento. Apesar de o governo concordar com a necessidade dessa recomposição, não há consenso com a categoria a respeito de valores e prazos para os novos reajustes.
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Segundo o presidente, o prolongamento da greve, que já beira os dois meses de duração, pode acabar prejudicando os próprios professores. “A greve tem um tempo para começar e tem um tempo para terminar. A única coisa que não se pode permitir é que uma greve termine por inanição. Se ela terminar [dessa forma], as pessoas ficam desmoralizadas. Então, o dirigente sindical tem que ter coragem de propor, tem que ter coragem de negociar, mas tem que ter coragem de tomar decisões que, muitas vezes, não são o tudo ou nada que ele apregoou”, declarou.
Lula afirmou que não há motivo para os sindicatos negarem a última proposta apresentada pelo governo, com reajuste de 9% em 2025 e 3,5% para 2026. “O montante de recurso que a companheira Esther [Dweck, ministra de Gestão e Inovação] colocou à disposição é um montante de recursos não recusável. Eu só quero que levem isso em conta, porque senão, nós vamos falar em universidades e institutos federais, mas os alunos estão à espera de voltar à sala de aula”.
PublicidadeEle relembrou também, que pela sua própria experiência como dirigente radical, estratégias de negociação baseadas no “tudo ou nada” tendem a não trazer resultados. “Eu sou um dirigente sindical que nasceu no ‘tudo ou nada’. Para mim era o seguinte: é 100% ou nada, é 83% ou nada, ou é 45% ou nada. Muitas vezes eu fiquei com nada”.
O ministro da Educação, Camilo Santana, também se pronunciou sobre a greve. Ele ressaltou o interesse mútuo entre governo e sindicatos em permitir com que a categoria se recupere da defasagem acumulada em seus salários, mas alertou que não há como proporcionar todo o ajuste desejado de uma vez, restando como caminho a recomposição gradual a cada ano.
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