O presidente Lula exonerou, neste sábado (21), o comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, um dia depois de se reunir com os comandantes das três forças armadas. Em seu lugar, assume o general de infantaria Tomás Miguel Ribeiro Paiva, até então chefe do Comando Militar do Sudeste, em São Paulo. César ficou menos de um mês na chefia da força terrestre.
Júlio César de Arruda assumiu o comando do Exército ainda em 2022, poucos dias antes da posse de Lula. A transferência de comando foi feita a pedido da própria equipe de transição, que queria emplacar um nome de confiança para garantir a segurança do presidente na cerimônia. Apesar do sucesso da operação, sem qualquer ocorrência preocupante na entrega da faixa, o general apresentou desempenho insatisfatório nos próximos dias.
Em diversos pronunciamentos, Lula expôs o fato da porta do Palácio do Planalto ter sido deixada aberta aos manifestantes durante os atos golpistas do dia 8, sendo o Exército a força encarregada pela guarda do local. O presidente também se irritou com a falha da inteligência do Exército em alertar sobre o risco de ataque no dia da manifestação. No mesmo dia, o Exército ainda utilizou blindados para impedir a entrada da Polícia Militar no Setor Militar Urbano, bairro de Brasília onde os golpistas mantinham acampamento há dois meses. Júlio César ainda manteve o antigo ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, no comando do 1º Batalhão de Ações e Comandos, unidade da força de elite do Exército.
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Paiva já demonstrou a postura contrária. Em meio à tensão entre governo e Exército, o general deu um discurso à sua tropa defendendo o processo eleitoral, o comportamento institucional da força e o respeito à hierarquia e disciplina independente da opinião política de cada militar. Seu discurso foi parabenizado por aliados do governo.
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