Em discurso no “Encontro Nacional de Novos Prefeitos e Prefeitas” nesta terça-feira (11) em Brasília, o presidente Lula afirmou que nenhum gestor será prejudicado por não ter votado nele ou não apoiar o seu governo. Em um gesto de aproximação com os chefes municipais, o petista disse que não há qualquer possibilidade de interferência indevida na relação por causa de divergências políticas ou ideológicas.
“Não haverá em hipótese alguma um banco, como o Branco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o BRB, o Basa ou o BNDES, deixar de atender aos interesses de um governador ou de uma cidade por questões ideológicas”, declarou ele.
O presidente ressaltou que nenhum prefeito será discriminado, durante o seu mandato, por expressar opinião política contrária ao seu governo. “Ninguém será discriminado porque falou mal de mim. Todos foram eleitos e representam o povo. Nós fazemos as coisas não pelo governador nem pelo prefeito, mas pelo povo da cidade, que votou democraticamente”, discursou, diante de uma plateia de mais de 5 mil prefeitos, entre outros participantes.
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Ele enfatizou a necessidade de se fortalecer o diálogo entre os governos municipais, estaduais e federal. “Não existe estado rico com cidade pobre”, ressaltou. O presidente também destacou a importância de se combater a concentração de renda. “Muito dinheiro concentrado nas mãos de poucos gera pobreza, miséria, fome, prostituição e evasão escolar… Por outro lado, pouco dinheiro nas mãos de muitos representa distribuição de renda, acesso à alimentação e progresso social.”
Ainda em seu discurso, Lula reafirmou o compromisso de seu governo em alfabetizar 80% das crianças até 2030. Ele mencionou resultados positivos do programa Pé de Meia, que oferece apoio financeiro a estudantes do ensino médio para combater a evasão escolar, e do Bolsa Professores, que promove a formação de docentes no país. “Aprovamos uma bolsa de estudos para garantir que alunos do Enem com 650 pontos ou mais possam optar pela carreira de professor (…) porque, atualmente, as pessoas não estão mais interessadas nessa profissão. É uma área que exige muito e paga pouco”, explicou.
Conexão
O discurso de Lula foi precedido pelo de várias autoridades, como o vice-presidente Geraldo Alckmin e os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). O “Encontro Nacional de Novos Prefeitos e Prefeitas” reunirá, até quinta-feira (13), os gestores municipais eleitos para os próximos quatro anos.
Organizado pelo governo federal, o evento visa fortalecer a conexão entre ministérios, órgãos governamentais e as prefeituras, proporcionando aos novos prefeitos acesso a informações, ferramentas e recursos essenciais. Durante os três dias do evento, serão realizadas mais de 170 atividades, abordando diretrizes e orientações sobre programas federais, recursos disponíveis, informações técnicas, administrativas e financeiras para os municípios, além de discussões sobre mudanças climáticas, eventos extremos, direitos humanos, cidadania, gerenciamento local, políticas de integração regional, segurança pública e transição energética.
Outros tópicos importantes incluem o relacionamento institucional entre prefeituras, ministérios e outros órgãos do governo, o pacto federativo e a gestão municipal. Segundo o Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), essa fase de transição é essencial para a continuidade das políticas públicas e para o fortalecimento das parcerias entre a União e os municípios. A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, em colaboração com a Associação Brasileira de Municípios (ABM), além do apoio da Confederação Nacional de Municípios (CNM) e da Frente Nacional de Prefeitos (FNP).