O governo chegou ao final da semana sem anunciar as medidas para cortar gastos e equilibrar as contas públicas. O presidente Lula esteve reunido com ministros nesta tarde por mais de três horas. Nenhuma ação, porém, foi divulgada. Este é o quinto dia consecutivo de encontros voltados à formulação do pacote de medidas que será enviado ao Congresso. O chefe do Executivo enfrenta divergências internas com seus auxiliares e busca um acordo para anunciar suas propostas.
Ao todo, nove ministros das áreas econômica e social foram convocados, bem como outras autoridades, para debater as medidas. Foram eles:
- Fernando Haddad, ministro da Fazenda;
- Rui Costa, ministro da Casa Civil;
- Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento;
- Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro da Indústria;
- Esther Dweck, ministra da Gestão;
- Camilo Santana, ministro da Educação;
- Luiz Marinho, ministro do Trabalho;
- Nísia Trindade, ministra da Saúde;
- Paulo Pimenta, da Secom;
- Miriam Belchior, secretária-executiva da Casa Civil;
- Guilherme Mello, secretário de Política Econômica da Fazenda;
- Bruno Moretti, secretário especial de Análise Governamental da Casa Civil;
- Jorge Messias, advogado-geral da União; e
- Dario Durigan, secretário-executivo da Fazenda
Haddad cancelou uma viagem no início da semana à Europa, onde cumpriria uma agenda com autoridades e investidores em Paris, Londres, Berlim e Bruxelas, a pedido de Lula. Ele e a ministra Simone Tebet defendem uma redução das despesas, para, assim, cumprir a meta do arcabouço fiscal. Porém, os demais ministros resistem a cortes de recursos em suas respectivas áreas. O ministro da Previdência, Carlos Lupi, ameaçou se demitir caso sua área seja atingida.
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O déficit primário se dá quando as receitas provenientes de tributos e impostos ficam abaixo das despesas do governo. Quando é o oposto, ocorre um superávit. A meta fiscal do governo é zerar o déficit nas contas públicas em 2024, isto é, equilibrar as arrecadações e gastos. Segundo o Tesouro Nacional, entre janeiro e setembro as contas do governo apresentaram um déficit de R$ 105,2 bilhões.
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