Desde o início dos trabalhos do gabinete de transição para o novo governo, setores da sociedade civil e mesmo do Congresso Nacional cobram do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o anúncio dos nomes que vão assumir os ministérios em sua gestão. Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (02), Lula anunciou que somente fará as indicações a partir de sua diplomação, no próximo dia 12.
O plano do próximo presidente é retomar a formação ministerial de seu segundo mandato (2007-2010), com 36 ministérios. Ele ainda cogita a possibilidade de uma pasta para os povos originários, mas ainda não decidiu se será na forma de um ministério ou de uma secretaria especial. Quanto aos nomes, ele afirma já ter “80% dos ministérios na cabeça”.
Forças políticas
Até a diplomação, Lula pretende se reunir com lideranças do Congresso Nacional para montar seu time. “Eu não quero construir um ministério para mim, eu quero construir um ministério para as forças políticas que me ajudaram a ganhar essas eleições”, declarou. Além dos partidos diretamente coligados à sua campanha, como o PSB e o Psol, Lula contou com apoio de quadros de peso do PSD e MDB, legendas que formaram grandes bancadas na Câmara e no Senado e que cobram presença no novo governo.
Apesar de não citar nomes, Lula indicou que pretende escolher um ministro da Fazenda e do Planejamento com perfil parecido com os que assumiram em seu governo anterior. “Eu já governei esse país duas vezes, e foi exatamente no meu mandato que esse país teve o maior crescimento em 30 anos. (…) Meu ministro da economia será a cara do sucesso do meu Fprimeiro mandato”, disse. Antonio Palocci e Guido Mantega, os dois ministros da Fazenda de seu governo anterior, ficam descartados por conta das condenações judiciais, que os proíbem de assumir cargo. Mas a menção feita por Lula faz lembrar que Palocci tinha um perfil mais político, enquanto os nomes que ocuparam o Planejamento tinham perfil mais técnico. Um nome muito cotado agora para assumir a Fazenda é o ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, alguém com perfil mais político.
Lula também afirmou não ter decidido ainda quem será o seu ministro da Defesa, outra pasta que preocupa setores da sociedade por ser um nome necessário para garantir a harmonia do governo com as forças armadas. Apesar da pressão, o presidente eleito diz não ter pressa para decidir ou anunciar o nome. O nome mais cotado é o ex-presidente do Tribunal de Contas da União José Múcio Monteiro.
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