A primeira etapa das reuniões da Cúpula das Américas tem seu início na manhã desta terça-feira (30), com o discurso do presidente Lula e dos demais líderes de países da América do Sul, dentre eles, o presidente venezuelano Nicolás Maduro.
O objetivo central será discutir e buscar soluções para a retomada da integração entre os países participantes. O evento ocorrerá ao longo do dia no Palácio do Itamaraty, reunindo dez presidentes da América do Sul.
Estão participando da reunião em Brasília os líderes Alberto Fernández (Argentina), Luís Arce (Bolívia), Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), Guillermo Lasso (Equador), Irfaan Ali (Guiana), Mário Abdo Benítez (Paraguai), Chan Santokhi (Suriname), Luís Lacalle Pou (Uruguai) e Nicolás Maduro (Venezuela).
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Em seu discurso de abertura de cerca de 15 minutos, o presidente Lula reforçou a urgência na retomada da integração entre os países sul americanos em prol do desenvolvimento conjunto das nações da região.
O presidente aproveitou o momento para destacar conquistas importantes para os países envolvidos a partir da Unasul, como o foro de soluções de controvérsias, além de resultados expressivos na redução do desmatamento e dos ilícitos transnacionais.
Apesar dos marcos positivos, Lula também criticou os regressos em relação a essa integração, alegando que o Brasil optou pelo isolamento do mundo e do seu entorno nos últimos anos.
‘’Deixamos que as ideologias nos dividissem e interrompessem o esforço da integração. Abandonamos canais de diálogo e mecanismos de cooperação e, com isso, todos perdemos.’’’ , disse
Para os demais líderes presentes, Lula relembrou as emergências climáticas e econômicas que assolam os países, alegando que nenhum país pode enfrentar sozinho essas ameaças.
Para isso, o presidente levantou a sugestão de iniciativas que envolvem, dentre outras, aprofundar a identidade sul-americana também na área monetária, desenvolver ações coordenadas para o enfrentamento da mudança do clima, reativar o Instituto sul-americano de Governo em Saúde para ampliar a cobertura vacinal e criar um programa de mobilidade regional para estudantes, pesquisadores e professores.
Lula encerrou a abertura relembrando que as discussões devem estar acima de divergências de ordem ideológica, para não permitir que os avanços conjuntos sejam prejudicados.
Maduro e o apoio de Lula
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chegou à Brasília em sua primeira visita ao país desde 2015, quando a presidência da República ainda estava sob a gestão de Dilma Rousseff (PT). Maduro participa, a convite do presidente Lula (PT), da Cúpula das Américas, que reúne líderes regionais sul-americanos.
Maduro não vinha ao Brasil desde 2015. As relações entre Brasil e Venezuela estavam rompidas desde 2019, quando o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) editou portaria proibindo a entrada de autoridades de alto escalão da Venezuela no Brasil. O então presidente reconheceu Juan Guaidó, líder da oposição venezuelana, como chefe de Estado legítimo. No ano passado, último da gestão Bolsonaro, o ex-presidente renovou a medida, que foi suspensa tão logo Lula assumiu o governo, no começo de 2023.
Em uma rede social, o líder venezuelano agradeceu ao que ele chamou de “calorosa acolhida”.
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