O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), apresentou ao Tribunal de Contas da União (TCU) uma representação solicitando o afastamento do presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marcio Pochmann. O pedido foi feito em meio a uma onda de protestos por parte de servidores contra a gestão do economista indicado por Lula.
Conhecido entre economistas por sua adesão a teses econômicas heterodoxas, o nome de Marcio Pochmann foi recebido com criticismo desde sua indicação, em 2023. No controle do órgão, não demorou para atrair polêmica: sua principal proposta para modernizar o instituto é a criação de uma fundação, o IBGE+, que deverá operar de forma paralela ao principal, mas sem receber recursos da União. No lugar, deverá firmar parcerias com empresas privadas, preocupando servidores diante do impacto que isso pode surtir na imparcialidade dos trabalhos.
Sua forma de conduzir o IBGE também é considerada autoritária por parte de funcionários do órgão, em especial diante do constante atrito com sindicatos. Os conflitos resultaram inclusive na renúncia de ao menos dois diretores. Na última semana, 136 servidores assinaram uma carta aberta contra sua gestão. Na segunda-feira (28), funcionários da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE), vinculada ao IBGE, publicaram outra.
Rogério Marinho, em sua representação, afirma que Marcio Pochmann “pode ser identificado como o grande responsável pelo caos administrativo hoje vivenciado no IBGE, o que poderá contaminar os trabalhos técnicos do instituto”, e que estaria violando uma prerrogativa do Congresso Nacional no processo de construção do IBGE+. O senador ainda alega o receio de, sob a gestão de Pochmann, o IBGE publicar dados falsos sobre a inflação, como aconteceu nas gestões Néstor e Cristina Kirchner na Argentina.
“Esse tipo de atuação arbitrária do Presidente do IBGE vem sofrendo críticas de vários setores da sociedade e coloca em risco a credibilidade do IBGE e seus quase 90 anos de bons serviços prestados ao Brasil, já que a formatação jurídica proposta para a Fundação IBGE+ pode minar a autonomia técnica do Instituto, colocando em risco as pesquisas e os documentos produzidos”, disse Marinho.
Além de solicitar o afastamento de Marcio Pochmann, o líder da oposição no Senado pede ao TCU que revogue todos os atos administrativos que fundamentam a criação do IBGE+, além da intimação da ministra do Planejamento, Simone Tebet, ou de representante da pasta. O Congresso em Foco questionou a assessoria de imprensa do IBGE a respeito da representação, e a matéria será atualizada se houver resposta.
Confira a íntegra da representação: