O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta quinta-feira (23), após reunião sobre medidas para diminuir o preço dos alimentos, que o governo não cogita utilizar espaço fiscal com esse fim. O chefe da pasta demonstrou otimismo para o barateamento dos alimentos com base na safra e na diminuição do dólar.
“Ninguém tá pensando em utilizar espaço fiscal para esse tipo de coisa. O que nós sabemos é que o que afetou o preço dos alimentos basicamente é, especialmente leite, café, carne e frutas, é porque são commodities, são bens exportáveis. Então, quando o dólar aumenta, isso afeta os preços internos”, afirmou Haddad.
Segundo o ministro, os indicadores da Secretaria de Política Econômica apontam que este será um bom ano de produção agrícola “em todos os itens”. Haddad também acrescenta que a trajetória de queda do dólar pode impactar os preços e, consequentemente, diminuí-los.
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Em relação à atuação do ministério, Fernando Haddad disse que o único espaço para a pasta melhorar é a qualidade do Programa de Alimentação do Trabalhador. Ele estima que com a regulação da portabilidade dos créditos, em 1,5% a 3%, “há um espaço para uma queda do preço da alimentação tanto do Vale Alimentação quanto do vale-refeição”. O que poderia funcionar no barateamento a curto prazo, de acordo com o ministro.
“Não é tributo que está onerando o preço do alimento. Não houve mudança tributária nenhuma, pelo contrário, toda a direção dos últimos anos é de desoneração dessa cesta básica. Agora o Congresso Nacional avançou nessa política e criou uma certa uma super cesta básica incluindo proteína animal”, complementou.
Conforme apontou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, as negociações dos ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Fazenda para as medidas de reduzir o preço dos alimentos ainda continuam. Está marcada para esta sexta-feira (24) mais uma reunião ministerial para perseguir a meta traçada por Lula na reunião ministerial dessa segunda (20).