O ministro da Economia, Paulo Guedes, indicou preocupação ao presidente Jair Bolsonaro e demais ministros sobre os riscos de reajustes salariais de servidores federais. Na carta, comparou que o aval para um eventual reajuste salarial no momento seria como a tragédia de Brumadinho: “Temos que ficar firmes. Sem isso, é Brumadinho: pequenos vazamentos sucessivos até explodir barragem e morrerem todos na lama”, disse Guedes no último domingo (27). A informação é do jornal O Globo.
O recado do ministro chega ao Planalto em meio à pressão feita por policiais federais, rodoviários e agentes penitenciários para um reajuste salarial. No texto, Guedes afirma que “quem pede aumento agora não quer pagar pela guerra contra o vírus” e “está dizendo: ‘já tomei minha vacina, agora quero reposição de salário, não vou pagar pela guerra ao vírus'”. O ministro reforça ainda que somente uma reforma administrativa viabilizaria reajustes e reposições salariais. “Sem isso, reajuste geral para o funcionalismo é inflação subindo”, diz.
Está marcada para quinta-feira (30) reunião em que 30 categorias do funcionalismo público irão debater sobre uma greve generalizada, em ação que reivindica a extensão do reajuste para todas as classes de servidores. Enquanto isso, categorias como auditores da Receita Federal já promovem paralisação desde essa segunda-feira (27) em todo o país.
Ainda na carta, Paulo Guedes sugere como solução a reestruturação de carreiras federais, , “melhor ainda se dentro de uma reforma administrativa“. Ele explica que a reforma abriria fôlego de R$ 30 bilhões no orçamento, possibilitando aumento de 10% nos pagamentos.
Aumento para servidores
Crítico ao reajuste, Paulo Guedes já se manifestou publicamente diversas vezes contra decisões do presidente Jair Bolsonaro sobre o assunto.
O comentário mais recente foi feito em coletiva de imprensa realizada um dia após pedir ao Congresso Nacional que inclua o gasto extra de R$ 2,8 bilhões no orçamento do próximo ano para a reestruturação de carreiras da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
PublicidadeO ministro veio a público dizer que o aumento da remuneração do funcionalismo é uma “desonra com as futuras gerações” e que a medida elevará ainda mais a inflação e o nível do endividamento público.
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