O presidente Lula empossou nesta quinta-feira (4) o general de exército reservista Marcos Antonio Amaro dos Santos para chefiar o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), assumindo definitivamente o cargo até então ocupado interinamente por Ricardo Cappelli. Com a mudança, o gabinete retornou ao controle de um militar, retomando a prática que se iniciou com a sua criação, em 1938.
Marcos Amaro já conta com um longo histórico de parceria com o governo. Ele entrou para o GSI durante a gestão de Dilma Rousseff, período em que coordenou sua segurança pessoal. Em 2015, o gabinete retornou ao status de secretaria e foi rebatizado de Casa Militar, nome adotado em sua criação. Amaro ficou responsável por chefiar o órgão, que recuperou o status de ministério no governo Temer.
Durante o governo Bolsonaro, retornou à força terrestre, assumindo inicialmente o cargo de secretário de economia e finanças. Em julho de 2019, ficou encarregado do Comando Militar do Sudeste, função que exerceu por pouco menos de um ano, quando passou a chefiar o Estado Maior do Exército. Em 2021, Jair Bolsonaro protagonizou um conflito com os comandantes das três forças, que o acusavam de politização do aparato de defesa. Amaro ganhou notoriedade em um pronunciamento em nome do Estado Maior, quando reproduziu a máxima “minha espada não tem partido”, de Duque de Caxias.
Em maio de 2022, foi transferido para a reserva. Novamente assumindo o papel de ministro-chefe do GSI, Amaro fica responsável pela proteção do presidente Lula, bem como por prestar assessoria quando for tratar de assuntos relacionados às forças armadas.
O gabinete, porém, já está muito diferente de como era durante os governos Dilma e Temer. Logo após a saída de Gonçalves Dias em decorrência do vazamento de imagens das câmera de segurança do Palácio do Planalto, que o revelaram interagindo com invasores em 8 de janeiro, o governo retirou do GSI a chefia da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que foi transferida para a Casa Civil.
O aparato militar do GSI também foi consideravelmente reduzido. Ricardo Cappelli assumiu o lugar de Gonçalves Dias com a missão de substituir parte dos militares alocados no gabinete, muitos deles com suspeitas de sofrer influência do antigo ministro Augusto Heleno. Ao menos 146 servidores foram exonerados em sua gestão, maior parte militares das forças armadas e de forças policiais.
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